Para muitos empreendedores, os marketplaces podem ser a porta de entrada para o universo de vendas online.
E para Pequenas e Médias Empresas (PMEs) esse valor pode ser ainda maior, a começar pela simplicidade da operação aos sellers e, especialmente, a visibilidade da empresa no mercado.
Fernando Moulin, da Sponsorb. Crédito: divulgação
“As plataformas abrem a possibilidade para que mais pessoas conheçam os produtos e serviços ofertados pelas PME. Exemplo disso: posso trabalhar como artesão em MG, mas enviar produtos para todo o país. Assim, mais pessoas passam a conhecer o meu negócio”, sinalizou, em entrevista ao Portal de Notícias da GS1 Brasil, o partner da Sponsorb, professor e especialista em negócios, transformação digital e experiência do cliente, Fernando Moulin.
Acompanhe, a seguir, 11 dicas para ter sucesso nas vendas com este canal.
Rodrigo Bandeira, da ABComm. Crédito: divulgação
Antes de escolher um marketplace, é fundamental que os sellers tenham algumas informações essenciais sobre essa parceria. “É importante ter conhecimento sobre a dinâmica de funcionamento do marketplace (prazos de despacho/entrega, comissão, taxas, rotinas de pagamento e visibilidade), ou seja, pontos essenciais para que o varejista não comprometa a saúde financeira do seu negócio”, pontua o vice-presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), Rodrigo Bandeira.
O consultor de negócios do Sebrae-SP, Caio Ito, sinaliza outros assuntos importantes para análise. “Vale contemplar na avaliação a reputação da plataforma no mercado, depoimentos de clientes que compraram e que vendem, as reclamações, dados do fluxo de visitantes, público-alvo de compra que atinge e, uma questão que pode direcionar a tomada de decisão são os termos que regem essa relação comercial quanto ao percentual de comissão, prazos e formas de repasse dos pagamentos e fidelização”, alerta.
Tudo envolvido em economia digital se baseia em dados e informações; e na possibilidade de obter conhecimentos relevantes de cada usuário. A partir daí, entra a customização da oferta, da jornada, do produto ou serviço. “Quaisquer dados sobre o consumidor podem ser relevantes para alcançar bons resultados, desde o nome correto até gostos, hábitos e preferências de cada usuário”, exemplifica Moulin.
Segundo Bandeira, do ponto de vista do varejista, é importante ter essa coleta e interpretação de dados para se conhecer melhor o tipo de consumidor que interage em determinado marketplace. “Com isso, buscar estratégias e soluções para se colocar em destaque”, acrescenta.
Uma das exigências para que varejistas tenham negócios dentro de marketplaces está relacionada à necessidade de informar chaves de identificação únicas para cada item anunciado, seja ele de marca própria ou não.
Apesar de ser uma obrigação, o código de barras pode trazer uma série de vantagens aos lojistas. “Com ele, o consumidor consegue visualizar diversos detalhes sobre o produto, como cor, tamanho, origem, entre outras. Além disso, o processo de aprovação de anúncios dos sellers nos marketplaces é acelerado; e é possível aprimorar as ferramentas de cadastro, sendo mais fácil identificar a quantidade no estoque e preços praticados, garantindo mais controle nas vendas. A GS1 Brasil pode ajudar indústria e varejo nesse processo, fornecendo códigos de identificação únicos e universais”, comenta a gerente de negócios da GS1 Brasil, Ana Paula Maniero.
Assim como todo setor ligado ao mundo dos negócios, conhecer o cliente/usuário do produto é fundamental. E com os marketplaces, não é diferente.
“Cada negócio tem suas próprias características, conjunto de usuários e fornecedores que interagem entre si usando a plataforma, seja digital ou física. Conhecer bem o público permite desenhar funcionalidades únicas para esses usuários”, comenta Moulin.
Dentro do próprio marketplace, de modo geral, costumam ser oferecidos um conjunto de soluções e serviços desde divulgação, como vender melhor e inserir texto no motor de busca alinhado aos objetivos do negócio. Mas outras ações podem ser realizadas, em paralelo, para ter melhores resultados.
“Uma sugestão é trabalhar a otimização do site para os mecanismos de busca através de palavras-chave; adotar a estratégia de blog com conteúdo voltado para as dores – necessidades e desejos do público-alvo; utilizar as redes sociais intensamente para potencializar o fluxo orgânico de visitantes para o site; e não esquecer de que hoje a mídia paga é parte fundamental das estratégias de marketing digital”, aconselha o especialista do Sebrae-SP.
Para ser atrativo ao cliente, pode ser interessante realizar kits/combos de produtos ou serviços para oferecer ao consumidor.
“Com eles, o consumidor acaba percebendo a vantagem de comprar mais unidades diluindo o valor do frete pelo total de produtos. Para a loja – e-commerce – é uma ótima estratégia de vender em quantidade o mesmo produto ou um mix deles (modelos, cores e tamanhos no mesmo kit ou combo). Isso sem contar a possibilidade de se aumentar o tíquete médio por cliente”, comenta Ito.
Hoje, garantir agilidade na entrega é fundamental para o sucesso de qualquer e-commerce. Afinal, o consumidor da era digital, principalmente em tempos de pandemia, se tornou cada vez mais impaciente.
“Há muito mais ofertas do que demandas para grande parte dos produtos e serviços. Além disso, o consumidor está mais exigente, querendo produtos e serviços de qualidade, com entregas rápidas, da mesma maneira de uma experiência física”, comenta Moulin.
Mas é preciso estar atento para que os prazos prometidos ao cliente sejam cumpridos. “O prazo divulgado deve estar dentro do possível para não gerar uma expectativa frustrada e, sobretudo, uma avaliação negativa, o que pode prejudicar o varejista em futuros negócios”, alerta o especialista da ABComm.
Para proporcionar um prazo de entrega mais curto, é preciso ter modalidades de frete e de logística que estejam adequadas a essa necessidade do cliente.
“O que acontecia no início do e-commerce brasileiro, antes dos marketplaces, era a oferta de produtos e serviços com frete grátis, o que encarece toda a cadeia do produto. Hoje, todos os principais marketplaces oferecem uma assinatura de serviço mensal/anual que inclui a entrega grátis, como o Amazon Prime”, exemplifica o especialista da Sponsorb.
Mas outra grande vantagem dos marketplaces é que eles, geralmente, têm contratos com as principais transportadoras do País. “Os benefícios desses acordos são repassados ao seller, que uma vez dentro do marketplace, pode fazer uso dessas vantagens”, acrescenta Bandeira.
Precificação é um assunto delicado e que depende muito do produto/serviço oferecido. Nesse sentido, é importante estar atento a alguns pontos, conforme ensina Caio Ito, do Sebrae-SP.
1. Ficar atento aos movimentos de preço dos concorrentes. Qualquer movimento mais agressivo na diminuição do preço poderá afetar as vendas e, até a inviabilização de vender um produto no canal online;
2. Considerar os valores das comissões e/ou taxas cobradas pelos marketplaces;
3. Por fim, leve em conta os custos fixos, variáveis e a margem de contribuição.
Para ter sucesso no marketplace, não basta ter bons preços. É preciso, também, garantir que os produtos sejam bem apresentados aos interessados.
“Trabalhar muito bem a descrição, desde título e texto até vídeos e fotos com qualidade para que o cliente tenha todos os detalhes é fundamental”, reforça Moulin.
Para garantir um bom relacionamento de compras com o cliente, Moulin orienta para que o seller conheça o público-alvo e tenha dados sobre ele; entenda a concorrência; saiba dos desejos e gostos do cliente; mapeie os melhores marketplaces; trabalhe uma precificação justa; tenha condições de frete diferenciadas alinhadas com os requisitos do consumidor; tenha uma boa usabilidade e jornada do usuário; e tenha de pagamento adequados. O vice-presidente da ABComm finaliza com outras dicas.
“Vale ofertar produtos com excelente descrição e que possam atender a esse consumidor, dentro do que ele esteja disposto a comprar; e garantir etapas de compra bem explicadas e intuitivas”, conclui, reforçando que é igualmente importante fazer uso de um canal de comunicação com o cliente para assistências e esclarecimentos antes, durante e depois da venda.
Fotos: iStock
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