Se a sigla ESG (meio ambiente, social e governança) permeia o vocabulário de grande parte do varejo e da indústria, já passou da hora dela sair do discurso e ser colocada em prática.
Um consumidor mais atento a questões de sustentabilidade exige das empresas sair do status quo.
Não há espaço mais para deixar este tema de lado.
Para mostrar essa importância e como aplicar essas boas práticas, o Portal de Notícias da GS1 Brasil entrevistou 5 especialistas. Confira!
Esses três temas (meio ambiente, social e governança), individualmente, não são novos.
A preocupação com o meio ambiente, por exemplo, acontece há muito anos, ganhando força no Brasil na década de 90, com a conferência Rio-92.
O mesmo acontece com os temas responsabilidade social e governança, já tratados há longa data no País e no mundo.
Mas a partir de 2020, grandes fundos de investimento começaram a declarar que esses temas, até então soltos e espalhados, fariam parte da realidade dos negócios.
A BlackRock, uma das maiores gestoras de investimentos do mundo, anunciou que só iria investir em empresas que atuassem com esse conceito.
Segundo o Managing Director da Roost, Eliezer Silveira Filho a resposta é sim.
“A sustentabilidade deixou de ser um diferencial e hoje é um aspecto essencial para uma empresa na produção de um produto. Uma pesquisa do ano passado mostrou que no país teve um crescimento de 112% no número de compradores de itens focados neste tema.”, revela Eliezer.
Carla Capoleti do Sebrae-SP. Foto: Patrícia Cruz/A2FOTOGRAFIA.
Para a consultora do Sebrae-SP, Carla Capoleti, muitos empresários não conseguem identificar a abrangência e as oportunidades de ganhos para o seu negócio.
“Acreditam que implantar a sustentabilidade é para grande empresa, custa caro e é trabalhoso. Alguns, já praticam a gestão sustentável, porém não conseguem identificar quais são os pilares atingidos, adequar e manter as práticas sustentáveis na empresa e demonstrar aos colaboradores, comunidades, consumidores e parceiros as ações implantadas e seus resultados.”, detalha Carla.
Os três maiores desafios para iniciar o processo de acordo com ela são:
1 – Pouco conhecimento sobre as práticas sustentáveis;
2 – Falta de apoio e cobrança, por parte da gestão pública;
3 – Falta de conhecimento sobre a parte operacional, ou seja, como colocar práticas sustentáveis em funcionamento, na empresa.
Ismael Fischer da Bibi. Crédito: divulgação
“Para a construção de uma boa estratégia e atrair bons parceiros, a dica é tornar a cultura da sustentabilidade um fator sistêmico na empresa, em que não fique sob responsabilidade de um departamento ou pessoa, e sim que faça parte de todo o processo da organização, permeando entre os mais diversos departamentos. Desse modo, várias conexões e projetos se desenvolverão envolvendo todos os stakeholders.”, disse o gerente de suprimentos e Sustentabilidade da Bibi, Ismael Fischer.
“O primeiro ponto seria levantar aquilo que se perde por não agir, e as oportunidades que se tem ao engajar no tema da sustentabilidade, fazendo uma análise interna da empresa e externa do mercado. Uma vez reconhecido o cenário que se encontra, o segundo passo seria desenvolver plano de ações, que deve indicar quem são os possíveis financiadores e se existe a possibilidade de fazer parcerias estratégicas para o negócio em função de cada necessidade.”, indica o especialista em Sustentabilidade na IHM, empresa do Grupo Stefanini, Matheus Medeiros.
Dario Menezes da Caliber do Brasil. Crédito: divulgação
“Deixe muito claro no que acredita e na jornada que pretende seguir. Com isso a empresa terá maior facilidade para identificar reais parceiros e conseguirá ser mais crível aos olhos da sociedade e em particular dos seus consumidores.”, afirma o diretor executivo da Caliber no Brasil, Dario Menezes,
“Entenda claramente onde pode gerar impacto. Vale revistar os ODS (objetivos de desenvolvimento sustentável) da ONU e avaliar onde se deseja gerar impacto. A partir de um foco claro, abrir espaço para que todas as pessoas possam construir e sugerir mudanças. Só se constrói empresas sustentáveis se todos estiverem envolvidos.”, ressalta Eliezer.
“O Sebrae possui metodologias que podem auxiliar as Micro e Pequenas Empresas com a gestão empresarial e as oportunidades de negócios sustentáveis.”, ressalta Carla.
Para começar ela sugere um plano básico de práticas sustentáveis com ações de baixo investimento, menor nível técnico para implantação e que ofereçam impactos social e ambiental positivos em um curto período de tempo. Confira as dicas práticas:
– Elabore um plano com práticas sustentáveis factíveis (ex.: Gestão da Água, Gestão de Resíduos, Gestão de Energia, Gestão de Pessoas, etc);
– Melhore a relação com os colaboradores;
– Envolva a comunidade do entorno e escolas;
– Convide parceiros: Prefeitura; Cooperativas; Sindicatos; Sebrae; etc
– Monitore constante dos resultados alcançados.
Thais Guaratini (de camiseta branca), Elaine da Cunha (de boné), Juliana Feres (logo atrás da Elaine) e Mariana Feres (de óculos) são sócias da Heborá. Crédito: divulgação.
Por meio de uma grande rede de colaboradoras, a Heborá é uma empresa que se destaca no tema ESG.
Hoje ela distribui saúde, diversidade, inovação e conhecimento por meio das abelhas nativas do Brasil.
A Heborá se baseia na meliponicultura, que é a atividade de criação de espécies de abelhas sem ferrão. Também chamadas Abelhas Indígenas ou Meliponíneos, elas representam imenso e pouco conhecido patrimônio biológico brasileiro.
No caso da Heborá, esta é uma atividade que, naturalmente, apresenta um impacto socioambiental muito positivo sob duas vertentes:
1 – Em geral, ela é executada por pequenas produtoras rurais, garantindo uma fonte de renda extra;
2 – Para abelhas obterem seus alimentos e prosperar, as florestas precisam estar em pé, ou seja, preservadas. Isso faz com que as pessoas tenham maior conscientização ambiental.
O objetivo da Heborá é atuar como uma colméia, transpondo o conhecimento cientifico e acadêmico para a sua incorporação pela a sociedade, ou seja, capacitando mulheres do campo na criação racional de abelhas nativas e desenvolvendo produtos que agreguem valor a diversidade de produtos disponíveis que as abelhas do Brasil têm.
Atualmente a empresa conta com uma vasta linha de produtos, composta por mais de 10 itens, que são comercializados pelo site.
Clique aqui e confira a matéria completa da Heborá publicada no Portal de Notícias da GS1 Brasil.
O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV) também se destaca nas questões ESG.
Ela é uma entidade sem fins lucrativos, criada por fabricantes de defensivos agrícolas, com o objetivo de promover a correta destinação das embalagens vazias de seus produtos.
João Cesar M. Rando do InpEV. Crédito: acervo InpEV
Ao buscar a parceria da GS1, a entidade procurava melhorar e aprimorar a rastreabilidade das embalagens vazias, desde o momento em que ela entra no sistema para fazer uma boa gestão, segundo conta o diretor-presidente do inpEV, João Cesar Meneghel Rando. “Junto com a GS1, os objetivos que procurávamos foram bem observados”, disse.
Portanto, a ação foi voltada para a implementação do projeto de rastreabilidade nas Centrais de Recebimento de Embalagens Vazias de Defensivo Agrícola em todo o território nacional com a aplicação do Padrão GS1 DataMatrix na identificação do fardo para reciclagem de embalagens vazias de defensivo agrícola.
Entre os benefícios conquistados pós-implantação, podem-se citar:
“Nós estamos, sim, junto com a GS1, acreditando: nós precisamos e queremos um mundo muito melhor”, finalizou o gerente de logística do inpEV, Mario Fujii.
Clique aqui e veja a matéria completa deste case publicado no Portal de Notícias da GS1 Brasil.
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