Aguardado ansiosamente pelo pequeno ao grande varejista, o Natal é uma das épocas de maior movimento do setor, responsável por alavancar significativamente as vendas dos lojistas.
Em meio a uma demanda massiva, a boa experiência de compra é uma das estratégias mais importantes para promover a conquista de bons resultados também no Natal – a qual deve ser planejada de maneira inteligente para destacar seu negócio em meio a tantos concorrentes.
Márcio Donizetti Barbosa do Sebrae. Crédito: divulgação
Em entrevista concedida ao Portal da GS1 Brasil, o consultor de Negócios do Sebrae, Márcio Donizetti Barbosa, diz que essa tese tem explicação, já que no e-commerce, as vivências são mais ágeis quando comparadas ao mercado físico tradicional.
“Qualquer experiência ruim ou que crie atrito para o cliente provavelmente fará com que ele abandone seu site e vá parar na concorrência. No meio digital as empresas devem medir criteriosamente a experiência de compra do cliente com o objetivo de deixá-la descomplicada. Existe uma área de trabalho muito promissora, UX Design (User Experience), responsável por mapear todos os pontos de contato que o cliente tem com a empresa e facilitar ao máximo possível, para que o cliente encontre aquilo que procura rapidamente e a experiência seja positiva.”, ressalta.
A experiência de compra também vai muito além de oferecer um bom produto ou condições diferenciadas de vendas. “É colocar o cliente no centro das estratégias da empresa, para que ele possa experimentar sensações positivas em cada uma das interações realizadas, ou seja, desde o contato inicial até o pós-venda.”, completa a assessora econômica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), Kelly Carvalho.
Kelly Carvalho, da Fecomércio. Crédito: divulgação
Além disso, um bom planejamento pode garantir destaque diante dos concorrentes e um excelente momento de vendas. Especialmente no pequeno varejo, essa organização é ainda mais necessária e precisa ser feita com antecedência, conta Marcos Adriano Guasso, CSO da Zucchetti
“Se o varejista não se planejar considerando todos os pontos necessários, pode ter vendas abaixo do esperado ou até com prejuízo. Vamos imaginar, por exemplo, que um lojista anuncie uma promoção, mas não organize seu estoque, e este acabe logo nas primeiras horas do dia. Outro cenário é fazer a promoção, ter um bom estoque, mas não anunciar ela corretamente, e acabar não vendendo tudo. No pequeno varejo esse impacto é ainda maior”, afirma Guasso.
Para ajudar o varejista a não errar, o especialista da Zucchetti reuniu cinco dicas que não podem ficar de fora do planejamento neste fim de ano.
Um dos pontos importantes é não se deixar levar pelas impressões.
Cada comércio tem seu público e cada público tem preferências, então, além de consultar o que tem saído de pesquisas que indicam as tendências de vendas para o período, é importante ter isso documentado, considerando o consumidor de cada varejo.
Ferramentas de gestão fornecem relatórios detalhados da base de clientes, fornecedores, nível de estoque, custo de compra e de venda, entre outros, que podem colaborar numa estratégia mais assertiva para os varejistas.
Caso o varejista não tenha uma ferramenta de gestão, ele pode fazer pesquisas com seus clientes, por exemplo.
“Com a base de clientes, é possível elaborar ações de divulgações que cheguem neles, assim como, com a análise dos relatórios, o varejista pode fazer comparações com outras datas e outros anos para definir suas promoções, usar como elemento para negociar com os fornecedores a possibilidade de devolução ou troca e organizar o atendimento”, aponta Guasso.
Estoque parado é sinônimo de dinheiro parado, por isso, o melhor é trabalhar as condições e promoções mais agressivas em itens que estão no estoque.
Desta forma, além do faturamento, o varejista conseguirá ganhar através do giro de estoque – vendendo produtos que podem estar há semanas ou meses parados.
Para compor esta estratégia, é possível trabalhar descontos em itens que possuem mais giro, atraindo os consumidores, e vendendo outros produtos correlacionados ao primeiro.
Já é um fato que o e-commerce se fortaleceu e segue crescendo no Brasil, mesmo após a pandemia de Covid-19.
Ocorreu uma aceleração do processo de transformação digital de diversos mercados, e o varejo, mesmo o pequeno, tem que acompanhar essa realidade.
Por isso, é importante que os varejistas mantenham seus canais digitais ativos e movimentados (redes sociais, e-commerce, etc).
A conexão com grandes marketplaces (como Amazon e Mercado Livre) também podem ser grandes aliados dos varejistas, pois trabalham na exposição dos produtos.
Conhecer as informações e detalhes do produto que está sendo vendido é essencial para que o cliente se sinta satisfeito e volte a fazer negócio — uma vez que sabe que terá suas demandas atendidas e confiará na capacidade da empresa.
Desde o atendente de caixa ao supervisor da equipe, todos os envolvidos devem ser experts sobre o que está sendo vendido. Capacite sua equipe para fechar vendas também via canais digitais, como WhatsApp e Instagram.
Caso seu produto seja digital, outro ponto importante é garantir que todos saibam trabalhar adequadamente nele.
Fim de ano pode ser uma época mais corrida para muitas pessoas.
Por isso, é comum os lugares estarem mais cheios e, por certas vezes, disputados.
Durante este período, é necessário um cuidado especial nesse sentido.
O maior fluxo de vendas representa também a necessidade de um atendimento mais próximo.
De acordo com a pesquisa do Reclame Aqui (2020), 51,2% dos consumidores não se importariam em pagar mais caro por um produto, uma vez que tivessem uma experiência de compra melhor com a marca.
Para isso, o varejista pode buscar soluções que oferecem diversas formas de pagamento integradas (Pix, carteiras digitais e cashback), emissão de documentos fiscais e conexão com marketplaces.
Tanto no Natal como em qualquer outra época do ano, o cliente deve sempre escolher o canal de compra mais conveniente para ele, com a melhor forma de pagamento.
E a maior missão de uma marca varejista é estar onde seus clientes estão – tanto nas lojas físicas quanto no ecommerce, marketplaces e demais ambientes online.
Foto: iStock
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