A consultoria EY lançou um estudo que reúne análises sobre as principais tendências de negócios e inovação. Intitulado “Megatrends 2020”, o levantamento tem o objetivo de mostrar às organizações os desafios que serão enfrentados no futuro e como vencê-los com estratégia e planejamento. Veja as 8 megatendências listada pela EY.
Novas soluções para zerar as emissões de carbono estão surgindo e impulsionando a criação de valor em longo prazo por meio da liderança climática. Mais de três mil pedidos de patentes relacionados a inovações em redução de carbono foram feitos entre 2009 e 2018. Algumas empresas já estão usando ferramentas digitais (drones, robôs e satélites) para acelerar o plantio de árvores. Novas tecnologias verificadoras também podem servir para dar veracidade aos compromissos de créditos de carbono garantidos por meio da preservação do solo e silvicultura.
Hoje, as empresas precisam se proteger não apenas contra ataques de malware e phishing, mas também com a desinformação. Além disso, há o desafio da falta de transparência. O resultado dessas tendências pode ser uma economia cada vez mais fragmentada. As empresas multinacionais operam hoje em um cenário verdadeiramente global, com cadeias de suprimentos sofisticadas, equipamentos de P&D e redes de vendas e marketing que ultrapassam fronteiras nacionais. A guerra fria tecnológica e econômica ameaça os mecanismos que tornam possíveis as operações globais. Ou seja, no futuro, empresas podem ser restringidas para operar nas esferas de influência de seus estados de origem.
O comportamento humano está se tornando uma mercadoria – quantificada, padronizada, empacotada e comercializada, como os dados do consumidor. Essa comoditização, combinada com o amadurecimento de disciplinas como computação afetiva, dará às empresas e aos governos a capacidade de influenciar e moldar o comportamento humano. Imagine um avatar de vendedor que possa manter simultaneamente o contato visual com centenas clientes enquanto modifica seu sotaque, escolhe palavras e tom de voz com base nos dados de cada preferências do cliente?
A mídia sintética está emergindo como um novo cyber risco para as empresas. Garantir autenticidade será crítico para manter a confiança de stakeholders, preservar a reputação da marca e impulsionar o desempenho dos negócios. Um caso de três ataques bem-sucedidos de áudio deepfake, que representavam a voz de um CEO, iniciaram transferências de bancárias, resultando no roubo de milhões de dólares. Por isso, as empresas precisam estar preparadas.
Enquanto todos experimentamos o efeito dramático que as mídias sociais e os smartphones têm sobre comportamento e cognição, pode haver consequências ainda mais amplas da próxima onda de tecnologias de aperfeiçoamento humano, como Inteligência Artificial, robôs e veículos autônomos.
Novos aplicativos e recursos do smartphone permitem que os usuários meçam e limitem a quantidade de tempo gasto nos dispositivos. Nas redes sociais, há movimentos positivos, como ocultar “curtidas” nos feeds dos usuários e banir deepfakes. Todos esses são passos encorajadores, mas ainda estão ofuscados pela escala do problema.
No futuro, as pessoas buscarão um mix de trabalho, lazer e aprendizado de acordo com as suas circunstâncias de vida. É um cenário acelerado na pandemia e que ficará para além dela. Mas essa situação veio acompanhada por algumas complicações – o desafio de demarcar espaços pessoais e profissionais, perda de motivação, além dos sentimentos de isolamento – o que destacou questões que precisam ser abordadas no futuro do trabalho virtual.
Micróbios já são utilizados em inúmeros processos, desde antibióticos e insulina até a transformação de biomassa em biocombustíveis. Mas o surgimento de um poderoso conjunto de ferramentas permite não apenas entender e mobilizar melhor o microbioma, mas aproveitar as suas potencialidades.
Em 2019, foram investidos 621 milhões de dólares em startups que buscam soluções de microbiomas relacionadas ao clima e agricultura. As doenças influenciadas por microbiomas incluem diabetes tipo II, câncer, alergias alimentares, uma variedade de doenças inflamatórias (como artrite reumatoide), Parkinson, obesidade, autismo, depressão e ansiedade.
A biologia sintética padroniza sistemas biológicos para copiar, alterar e dimensionar inovações genéticas mais rapidamente. Para se ter uma noção da velocidade da mudança, o primeiro sequenciamento do genoma humano exigiu 13 anos e 3 bilhões de dólares; hoje, leva uma semana e 600 dólares.
As ferramentas de biologia sintética estão sendo implementadas rapidamente na resposta ao Covid-19. Quando a pandemia ocorreu, várias empresas do setor interromperam pesquisas em curso para focar no novo coronavírus. Seus recursos já permitiram chegar a resultados positivos e com maior potencial funcionalidade do que abordagens clássicas, que utilizam formas enfraquecidas ou neutralizadas do vírus.
Foto: Getty Images
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