O Brasil em Código – Conferência Internacional da GS1 Brasil, realizada em junho pela entidade, apresentou em 2019 o tema “It’s a Match: as melhores conexões geram as maiores inovações”.
Para comprovar como as tecnologias da Quarta Revolução Industrial vem facilitando os matches entre as companhias e gerando bons negócios, o gerente de vendas da ABB, Daniel Diniz (foto), e o gerente de engenharia de manufatura da Electrolux, Giovanni Cairo, apresentaram uma palestra sobre a relação homem-máquina.
Os executivos mostraram como a automação e a robotização são caminhos sem volta. Confira.
Hoje, cerca de 40% dos robôs vendidos globalmente são destinados ao mercado chinês, segundo Daniel Diniz. A China investe pesado nesse tipo de tecnologia porque almeja a fábrica do futuro, que é conectada e digital, capaz de captar dados da produção e fabricar de forma mais assertiva.
Outros países também já se destacam no setor. “Na Coreia do Sul, são 710 robôs para cada 10 mil trabalhadores. Já Singapura tem, em média, 650. A média global é de 85”, constatou Diniz.
Não adianta olhar para a fábrica e pensar: “não quero automatizar” ou “não quero robôs”. Essa é uma realidade que já faz parte da indústria e é preciso se preparar para encará-la.
Prova disso é um caso real de uma fábrica de sapatos que foi concebida para trabalhar de forma totalmente automática e conectada com o varejo. Quando o cliente vai ao ponto de venda e faz a compra, ele escolhe o tamanho do sapato e a cor.
Na fábrica, os robôs recebem o pedido no mesmo momento da venda e iniciam a produção. Em dois minutos, o sapato está pronto.
A ABB desenvolveu o YuMi, robô colaborativo com dois braços, mãos flexíveis e sistema de visão apurado. A solução foi criada para atender às novas demandas do mercado e os novos desafios da manufatura, que precisa de uma produção mais flexível e personalizada.
Nesse cenário, pessoas e robôs trabalham juntas e em segurança em tarefas compartilhadas. O YuMi traz mais produtividade e eficiência para a indústria. Além disso, pode substituir pessoas em situações onde as condições do ambiente são ruins.
Para mostrar que o robô pode se adaptar a diferentes projetos, Diniz contou que, em 2018, o YuMi foi utilizado para fazer a regência de uma orquestra em um show do tenor Andrea Bocelli. Foram necessárias apenas 17 horas para ele ser programado para fazer a regência.
No Brasil, já aconteceu uma experiência parecida: o YuMi trabalhou ao lado do artista plástico Caio Chacal, ajudando a pintar uma tela em uma ação realizada no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.
Na primeira onda de robotização, notava-se a adoção da automação para substituir o trabalho das pessoas. Hoje, na segunda onda, as empresas desenvolvem produtos sabendo que eles serão fabricados de forma automatizada.
No atual contexto, as empresas estão optando por robôs colaborativos, que tornam a relação entre homem e máquina mais amigável.
Comprovando essa realidade, a Electrolux utiliza o YuMi na área de manufatura. “Produzimos 8 mil lavadoras por dia. Em uma das etapas da produção, temos de colocar uma mola específica na parte de trás das teclas, o que traz um desgaste mental para o operador. Para vencer esse desafio, junto com a ABB, tornamos essa operação automatizada”, explicou Giovanni Cairo.
Durante o Brasil em Código, o YuMi ficou exposto para os visitantes conhecerem suas funcionalidades.
Confira também o vídeo com entrevista exclusiva com os executivos da ABB, Daniel Diniz, e Giovanni Cairo, da Electrolux:
Foto: Jair Leite
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