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Abril Azul: a inclusão de autistas no mercado de trabalho

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que existam 70 milhões de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no mundo, sendo cerca de 2 milhões só no Brasil, o que mostra a importância de campanhas como o Abril Azul, que celebra o Dia Mundial da Conscientização do Autismo.

E oitenta anos depois do primeiro caso diagnosticado na história, a falta de informação ainda é a principal barreira para a inclusão desses indivíduos na sociedade.

Autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento e não uma doença, ao contrário do que muitas pessoas imaginam. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades.

“Sem uma definição do diagnóstico e, consequentemente, sem a ajuda e o tratamento necessários para viver melhor com a condição, pessoas dentro do espectro passam anos, e até décadas, lidando com dificuldades que não sabem o que é, sentindo-se deslocados e “diferentes”, impactando seu desenvolvimento. Quando finalmente recebem o diagnóstico, sentem-se aliviados e passam a lidar com suas características de forma mais leve”, aponta o psiquiatra da infância e adolescência, coordenador do Centro Especializado em Neurodesenvolvimento Infantil (CENI) do Hospital Moinhos de Vento, e responsável técnico de projeto no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), Dr. Thiago Rocha.

Abril Azul

Para trazer mais conscientização sobre a realidade das pessoas com TEA no País, e aproveitando a ocasião do Abril Azul, a GS1 Brasil apoia a plataforma de saúde mental Wellz, que promoverá um debate sobre a conscientização do autismo no local de trabalho.

No dia 19 de abril, às 17h00, será realizado um encontro virtual exclusivo assinantes da plataforma para falar sobre o tema, abordando questões como a importância da inclusão, adaptações no ambiente de trabalho e casos de sucesso.

Vale reforçar que a conscientização e inclusão estão dentro da agenda de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e, portanto, e estão alinhadas aos objetivos da GS1 Brasil.

Autismo e o mercado de trabalho

abril azul

Pessoas com TEA têm habilidades únicas e podem contribuir, significativamente, para o sucesso de uma empresa quando são dadas as condições adequadas para que possam desenvolver seu potencial. Reforça-se, assim, a relevância de campanhas como o Abril Azul, que destaca a importância de reflexão sobre o tema, inclusive nas empresas.

Contudo, infelizmente, as pessoas diagnosticadas ainda enfrentam uma série de preconceitos, muitos deles relacionados ao mito de que não estão aptos ao trabalho. Números da National Autistic Society, do Reino Unido, mostram que cerca de 83% dos graduados universitários autistas estão desempregados, por exemplo.

Segundo explica o Dr. Rocha, hoje, o autista ter uma carreira já é uma realidade e muitas empresas se conscientizaram para incentivar e absorver o melhor que esses profissionais podem oferecer.

“A inclusão de um autista no mercado de trabalho é garantida pela mesma lei que determina a participação mínima para portadores de qualquer deficiência. Foi a Lei 12.764, de 2012 – também conhecida como Lei Berenice Piana – que abriu as portas para o reconhecimento do Autismo dentro do rol das demais deficiências. Desde então, o autismo tem sido muito mais discutido e diagnosticado no País”, reforça o especialista.

Prova disso são que grandes nomes, reconhecidos pela inteligência acima da média, foram diagnosticados com autismo. Entre eles:

Bill Gates: diagnosticado dentro do Espectro Autista aos oito anos de idade, Bill Gates é atualmente um dos homens mais ricos do mundo por ter fundado a Microsoft. Sua fortuna é estimada nos US$ 97 bilhões.

Greta Thunberg: a ativista ambiental sueca Greta Thunberg foi diagnosticada com Síndrome de Asperger, agora classificada como Transtorno do Espectro Autista nível 1, aos 11 anos de idade.

Anthony Hopkins: vencedor do Oscar de Melhor Ator no filme “O Silêncio dos Inocentes”, Hopkins teve o diagnóstico de autismo na vida adulta, por volta dos 70 anos. Foi a esposa do ator quem o incentivou a pesquisar mais sobre o TEA e entender que algumas das suas características poderiam ser sinais de uma pessoa atípica.

Fotos: iStock

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