Um novo aplicativo móvel, chamado Thank My Farmer, permitirá que os consumidores que apreciam café rastreiem o produto para entender sua qualidade e origem e até apoiem o agricultor que cultivou os grãos. A solução utiliza a tecnologia Blockchain e foi apresentada durante a CES 2019, uma das maiores feiras de tecnologia do mundo, nesta semana, em Las Vegas.
Imagem: Divulgação
A solução foi desenvolvida pelo Farmer Connect, uma organização dedicada a aumentar a transparência e a sustentabilidade nas cadeias de suprimentos agrícolas, em conjunto com a IBM e várias empresas, como a brasileira Volcafe, além da Beyers Koffie, Federação Colombiana de Produtores de Café (FNC), ITOCHU Corporation, Jacobs Douwe Egberts (JDE), Empresa JM Smucker, Rabobank, RGC Coffee, Sucafina e Yara International.
O Thank My Farmer extrai informações diretamente do Blockchain de uma maneira padronizada que pode ser usada em todo o setor. Ele conecta o consumidor a agricultores, comerciantes, torrefadores e marcas. As informações são apresentadas em um mapa interativo, permitindo que cada produto conte uma história de maneira simples e escalável. O aplicativo também apresenta projetos de sustentabilidade nas comunidades cafeeiras e uma oportunidade para os consumidores apoiá-los.
O novo aplicativo será lançado no mercado no início de 2020. Usuários nos Estados Unidos e no Canadá poderão digitalizar códigos QR no café premium da marca 1850®. Os consumidores europeus poderão acessar o Thank My Farmer por meio de uma nova marca, a Beyers 1769. Por enquanto, não há informações de lançamento no Brasil.
À medida que o aplicativo se expandir em 2020, grandes e pequenas empresas serão convidadas a participar e os consumidores de café poderão apoiar as comunidades onde o café é cultivado, financiando projetos locais.
App conecta consumidores às empresas da cadeia produtiva – Foto: Divulgação
Este trabalho com o Farmer Connect é um exemplo de como a IBM está expandindo a adoção da tecnologia Blockchain em vários setores. A companhia já tem redes Blockchain em áreas como segurança alimentar, remessa global, financiamento comercial, mineração responsável e muito mais.
“O Blockchain é mais do que uma tecnologia comercial aspiracional, é usado hoje para transformar como as pessoas podem construir confiança nos bens que consomem. Para os negócios, pode gerar maior transparência e eficiência”, afirma o gerente geral do IBM Food Trust, Raj Rao.
A grande e complexa cadeia de suprimentos global dificulta a rastreabilidade do café. Depois de cultivado, o grão é movimentado por diferentes pontos, como cooperativas, exportadores, expedidores, importadores, torrefadores, distribuidores e varejistas antes de finalmente chegar ao consumidor. Cada participante desse complexo sistema rastreia apenas seu pequeno segmento da jornada e cada um usa seu próprio sistema para registrar dados. Isso significa que as informações sobre o produto estão fragmentadas.
A tecnologia Blockchain reúne todas as partes da cadeia de suprimentos de café, simplificando a troca e o rastreamento de informações e pagamentos e permitindo que o setor trabalhe em conjunto com mais confiança.
O Blockchain cria uma cadeia digitalizada permanente de transações que não podem ser alteradas. Cada participante da rede possui uma cópia exata dos dados e as adições à Blockchain são compartilhadas em toda a rede com base no nível de permissão de cada participante. Agricultores, atacadistas, comerciantes e varejistas podem interagir de forma mais eficiente usando acesso abrangente a dados em tempo quase real e os consumidores podem ter novas ideias sobre a origem dos produtos que consomem.
Recentemente, a IBM e a Enveritas, uma ONG que visa levar práticas sustentáveis ao desenvolvimento econômico e social dos pequenos cafeicultores, assinaram um projeto conjunto para a realização de testes do AgroPad, tecnologia baseada em Inteligência Artificial desenvolvida pelo Laboratório de Pesquisa da IBM Brasil, que permite a análise química e remota de solo.
A partir deste projeto, IBM e Enveritas também pretendem entender melhor o ambiente, o contexto e as pessoas que potencialmente irão usar o AgroPad, bem como desenvolver um material educacional para treinar e capacitar futuros usuários da tecnologia.
Foto: Istock
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