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Bens de consumo: marcas com propósito vão gerar mais lucros

A IBM divulgou um novo estudo sobre tendências globais de consumo que revela que o propósito da marca supera o preço e a conveniência para os consumidores.

A pesquisa, desenvolvida em parceria com a National Retail Federation (NRF), entrevistou cerca de 19 mil consumidores de 28 países, incluindo o Brasil, em todos os grupos demográficos e gerações, com idades entre 18 e 73 anos, para entender melhor como as decisões de compra individuais estão evoluindo e ajudar as empresas de bens de consumo embalados (CPG, na sigla em inglês) a navegar em um cenário competitivo e de mudança no comércio.

Hoje, um terço de todos os consumidores deixará de comprar seus produtos preferidos se perderem a confiança e um terço já parou de comprar suas marcas favoritas de longa data em 2019.

Os entrevistados estão priorizando empresas que são sustentáveis, transparentes e alinhadas com seus principais valores ao tomar decisões de compra. Eles estão dispostos a pagar mais e até mudar seus hábitos de consumo, pelas marcas que acertam nisso.

Ao mesmo tempo, os comportamentos mudaram drasticamente e os consumidores agora compram quando e onde for mais conveniente. Sete em cada 10 pessoas compram em “micro-momentos” ou ao mesmo tempo que realizam suas tarefas diárias. Enquanto a compra por impulso eventualmente acontecia em um passado recente, agora é a norma atual, incluindo compras feitas em um dispositivo móvel enquanto está em uma loja física.

Consumidor alinhado com valores das marcas

Com a proliferação de marcas e produtos à disposição dos compradores em qualquer lugar e a qualquer momento, os valores corporativos superam os custos e a conveniência dos produtos. Consumidores de todas as idades e rendas estão dispostos a pagar preços mais altos por produtos alinhados com seus valores pessoais.

• Em média, 70% dos compradores que valorizam o propósito pagam um valor adicional de 35% do custo inicial para compras sustentáveis, como produtos reciclados ou ecológicos.

• 57% deles estão dispostos a mudar seus hábitos de compra para ajudar a reduzir o impacto ambiental negativo.

• 79% afirmam ser importante que as marcas forneçam autenticidade garantida, como certificações, ao comprar produtos. Dentro deste grupo, 71% estão dispostos a pagar um valor adicional – 37% a mais em média – para empresas que ofereçam total transparência ao produto.

Desafios para o varejo

“A transparência é prova de que uma organização e suas ofertas são o que a empresa afirma ser. As marcas podem alavancar dados e integrar tecnologia blockchain como diferenciais de marca que efetivamente fornecem transparência e rastreabilidade – o que também aumentará os lucros, pois o estudo mostra que os compradores pagam mais se um varejista puder demonstrar sua procedência”, diz diretor global da IBM Consumer Industries, Luq Niazi.

O mercado moderno criou uma nova geração de clientes que trazem maiores demandas e desafios que os varejistas devem enfrentar em 2020. Os resultados do estudo revelam grandes mudanças nos comportamentos de compra dos consumidores, que exigem uma mudança fundamental na forma como os varejistas e as marcas de produtos de consumo criam afinidade com a marca.

Como custo e conveniência não são mais a principal força motriz dos varejistas, a IBM recomenda os seguintes métodos para recuperar a participação de mercado de maneiras novas e competitivas:

Ganhar a confiança dos consumidores por meio da transparência e rastreabilidade

Com os “micro-momentos” em ascensão, as empresas precisam ir além da simples oferta de serviços convenientes ou mais rápidos para ganhar a confiança dos clientes. As marcas voltadas aos consumidores agora precisam se diferenciar, oferecendo acesso a informações detalhadas que anteriormente eram desnecessárias, como a forma como seus produtos são fabricados, a qualidade dos ingredientes, se eles são sustentáveis ​​ou de origem ética, e em que condições.

A Terra Delyssa, produtora de azeite da Tunísia, é uma dessas marcas que já está incorporando rastreabilidade em seus dados e produtos. A empresa está usando blockchain para criar um registro de proveniência que permite aos consumidores rastrear o azeite do varejista de volta à fazenda usando um código QR ou número de lote.

Avaliar a sustentabilidade por meio do impacto econômico

A redução do impacto ambiental agora vai além da embalagem reciclável ou da pegada de carbono. As marcas que atuam com um propósito também devem ajudar a construir uma economia circular e sustentável para as gerações futuras. Para preservar recursos e eliminar o desperdício no cenário atual do comércio, a sustentabilidade deve ser integrada e medida de ponta a ponta e em toda a cadeia de suprimentos para os fabricantes de bens de consumo embalados.

Agregar mais flexibilidade, e não mais produtos

À medida que as interações digitais continuam a influenciar a maneira como os consumidores compram, os varejistas precisam inovar na loja física para fornecer uma experiência consistente da marca em todos os canais. No entanto, o desafio para muitos varejistas é a capacidade de implementar e integrar rapidamente novos recursos com seus ambientes de tecnologias de lojas existentes para permitir que eles atendam continuamente às expectativas dos consumidores.

“Os compradores são cada vez menos incentivados por serviços como entrega no mesmo dia ou coleta gratuita na loja – ou influenciados por promoções e benefícios direcionados -, mas pagam preços mais alto por produtos alinhados com seus valores. Os resultados do estudo mostram que a disposição de pagar esse diferencial por marcas confiáveis ​​é mais alta para os compradores da Geração Z. Portanto, os varejistas precisam ser proativos na avaliação e compreensão do que impulsiona os principais compradores atuais e futuros, além de aumentar as margens de seus negócios ”, diz o vice-presidente de desenvolvimento de pesquisa e análise da indústria da NRF, Mark Mathews

Para ajudar os varejistas a gerenciar esses problemas e acelerar a inovação das lojas, a IBM anunciará durante a NRF 2020 o ‘Store in the Cloud’, uma plataforma personalizável e econômica que utiliza os recursos de Inteligência Artificial e IoT. Isso permite que os varejistas estendam experiências digitais para lojas físicas, forneçam interações personalizadas consistentes, melhorem a satisfação do cliente, capacitem os associados com aplicativos intuitivos, permitam que os consumidores comprem de qualquer maneira que escolherem e gerenciem melhor os custos da loja.

Foto: iStock

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