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BNDES explica linhas de crédito para MPMEs em live da GS1

Com os negócios em ritmo lento ou paralisados por conta da pandemia da Covid-19, as pequenas empresas têm sido bastante afetadas, com dificuldades para manter suas operações e pagar o salário de funcionários. Uma das saídas é recorrer a empréstimos, porém muitas ainda enfrentam dificuldades para acessar as linhas de crédito disponíveis no mercado.

Para ajudar as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) nesse sentido, a GS1 Brasil promoveu, no dia 9 de junho, o GS1 Talks com o gerente de clientes e relacionamento institucional do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Marcus Vinicius Macedo Alves.

O executivo explicou a atuação do banco junto às MPMEs, destacando as ações emergenciais e as linhas de financiamento nesta pandemia, além de responder às dúvidas do público que interagiu durante a live. Com transmissão pelo Facebook, o encontro foi conduzido pelo gerente de relações institucionais da GS1 Brasil, Pedro Di Martino.

A GS1 Brasil vem promovendo várias iniciativas, como o GS1 Talks, para apoiar seus 58 mil associados nesse período de crise, compartilhando informações sobre diversos setores e visões de mercado.

Como funciona a atuação do BNDES

O BNDES apoia o desenvolvimento e a expansão das empresas, repassando recursos por meio da parceria com mais de 50 bancos em todo o Brasil, entre bancos comerciais públicos e privados, bancos de cooperativas, bancos de montadoras, entre outros.

“O BNDES não é o banco das grandes empresas, como muitos acreditam”, afirmou Marcus Vinicius, completando que, em 2019, a instituição desembolsou praticamente o mesmo valor para pequenas e grandes companhias e que 98% do volume das operações foram para MPMEs.

Desde 2017, a instituição vem investindo em inovação e trabalhando de forma mais ágil para atender aos pedidos de financiamento. O banco criou, por exemplo, soluções como BNDES Online, Canal MPME, além de estabelecer parcerias com fintechs.

Segundo Marcus Vinicius, o BNDES Online é uma plataforma digital capaz de aprovar uma linha de crédito em menos de 10 segundos, processo que no passado levava cerca de 10 dias. “Quando você vai a um banco e ele manda a sua operação para o BNDES, ela é aprovada quase instantaneamente. É tudo automatizado”, explicou.

Já o Canal MPME possibilita solicitar um financiamento online, sem precisar ir a uma agência bancária. Pelo CNPJ, o sistema identifica o porte da empresa e a sua localização, mostrando as diversas linhas de crédito disponíveis (capital de giro, compra de maquinário, etc.) e uma lista de bancos que podem atendê-la.

“Além disso, temos vários parceiros no Canal MPME, como o Sebrae e a Confederação Nacional da indústria, a CNI. O empreendedor pode solicitar o auxílio de um consultor dessas instituições para ajudá-lo a estruturar um pedido de financiamento”, acrescentou Marcus Vinicius.

Em 2019, o BNDES iniciou parcerias com fintechs de gestão financeira, que ajudam as empresas no aprimoramento da gestão e da governança, inclusive oferecendo serviços gratuitos. “Desde o dia 2 de junho de 2020, passamos a ter parcerias também com fintechs de crédito. Neste primeiro momento, essas fintechs ainda estão trabalhando com recursos próprios, ou seja, não repassam os recursos do BNDES, mas é uma opção a mais que estamos disponibilizando para que as MPMEs consigam acesso a crédito”, contou.

Dicas para se preparar antes de procurar um banco

O executivo do BNDES deu algumas orientações para as MPMEs se preparem antes de solicitar um empréstimo. Confira:

Crédito é relacionamento

O ideal é que a empresa desenvolva um relacionamento com o banco e não deixe para fazer isso apenas quando precisar pedir um empréstimo. “Crédito é uma relação de confiança. E como o banco vai confiar em você? É preciso mostrar conhecimento do seu próprio negócio”, afirmou Marcos Vinicius.

Conheça o seu negócio

Nesta época de crise, a grande necessidade das empresas é ter capital de giro. Mas quando o empreendedor precisa fazer uma expansão ou montar uma nova operação, ele precisa elaborar um plano de negócios, ou seja, ter clareza de seus objetivos para solicitar um financiamento.

“Quando procurar um banco, você tem de saber para que precisa do dinheiro, o quanto precisa, e, principalmente, dominar o seu negócio a ponto de saber que vai ter fluxo de caixa no futuro para conseguir honrar a dívida”, destacou Marcus Vinicius.

Segundo ele, é importante se informar antes de procurar o banco e hoje não faltam informações disponíveis. “Vá ao banco sabendo os nomes dos produtos e as taxas praticadas. Além de ganhar na negociação, você aumenta muito as possibilidades de conseguir o crédito”.

Linhas emergenciais para os pequenos negócios

homem fazendo as contas notas de real

Diante do cenário da pandemia, o governo atendeu à grande demanda por crédito das empresas de forma geral, criando programas emergenciais. O executivo do BNDES explicou durante a live como funcionam algumas linhas que podem auxiliar as MPMES e como acessá-las.

Suspensão de Pagamentos de Operações BNDES

Com o início da crise, segundo Marcus Vinicius, a primeira medida do BNDES foi suspender os pagamentos das parcelas de empréstimos com vencimento entre abril e setembro de 2020. As empresas devem procurar o seu banco de relacionamento para fazer essa negociação.

“O BNDES está suspendendo prestações, mas não alongando o prazo total do contrato”, esclareceu Marcus Vinicius. Ele também alerta que há alguns casos em que não é possível fazer essa suspensão, a exemplo de operações de comércio exterior.

O cartão BNDES também permite renegociar as parcelas.

Programa Emergencial de Suporte a Empregos (PESE)

Por meio deste programa, empresas que faturam de R$ 360 mil/ano a R$ 10 milhões/ano podem financiar a folha salarial por até dois meses.

O valor máximo, por empregado, é equivalente a dois salários mínimos ou R$ 2.090. “A empresa pode pagar a totalidade do salário do funcionário que ganha até R$ 2.090 com o dinheiro do programa. Se o empregado ganha mais do que esse valor, a empresa tem de pagar a diferença”, disse Marcus Vinicius.

Além de ter dois meses de folha financiada, o programa oferece outras vantagens: taxa de juros de 3,75% ao ano (abaixo do mercado) e prazo de 36 meses para pagar, com carência de 6 meses.

Uma das condições para adesão é não demitir nenhum funcionário até 60 dias após a data de liberação do crédito.

O programa é válido até 30 de junho de 2020 e as empresas devem procurar o banco que opera a sua folha salarial para essa negociação.

O BNDES é operador desta iniciativa, que têm recursos do Tesouro Nacional e outras instituições financeiras. Mais informações podem ser consultadas no site do Banco Central.

BNDES Crédito Pequenas Empresas (capital de giro)

Segundo Marcus Vinicius, esta linha de crédito para capital de giro já existia antes da crise, porém foi readequada para atender às demandas das empresas nesta pandemia. As novas regras são transitórias e valem até 30 de setembro de 2020.

A linha é destinada às companhias com faturamento até R$ 300 milhões, que podem financiar quase tudo: pagamento de funcionários, aluguel, duplicatas a pagar, impostos, outros gastos de capital de giro, investimentos, etc.

O valor a ser financiado é de até R$ 70 milhões, com prazo de pagamento até 5 anos (com até 2 anos de carência). “Os bancos têm as suas próprias políticas de crédito, prazos, valores e garantias. Então, pode ser que um determinado banco dê um ano ou três anos de carência. Tudo o que envolve um agente financeiro existe negociação”, frisou Marcus Vinicius.

Mais detalhes constam no site do BNDES, onde é possível consultar os bancos que operam essa linha de capital de giro e as taxas médias de juros praticadas por região e segmento de atuação.

“Como política de transparência, disponibilizamos no site do BNDES os bancos que estão operando esta linha de capital de giro”, contou Marcus Vinicius. “Informação é poder. Estamos dando informação para que as empresas tenham mais poder na negociação com os bancos”.

Programa Emergencial de Acesso ao Crédito (PEAC)

A Medida Provisória N⁰ 975, de 1⁰ de junho de 2020, criou o Programa Emergencial de Acesso ao Crédito (PEAC) para facilitar o acesso das pequenas e médias empresas a linhas de financiamento através da concessão de garantias para os bancos.

“Não existe falta de recurso, mas um conservadorismo dos bancos, que neste momento estão exigindo mais garantias das empresas”, comentou Marcus Vinicius. Nesse sentido, o PEAC vem para apoiar os pequenos negócios durante a pandemia.

Não se trata de uma nova linha de financiamento, mas uma solução que ajuda a reduzir a percepção de risco para quem empresta, facilitando, assim, a obtenção de crédito por parte das empresas que faturam entre R$ 360 mil a R$ 300 milhões. O programa estará disponível a partir do mês de julho.

Além dos programas emergenciais, o BNDES disponibiliza várias outras soluções, como o Finame (destinado à compra de máquinas e equipamentos), o BNDES Automático e o Cartão BNDES. Em 2019, a instituição também lançou o Finame Materiais, que possibilita obter financiamento para a compra de 2.500 tipos de insumos diferentes.

As informações sobre as soluções podem ser obtidas no site do BNDES ou no canal da instituição no Youtube.

Assista ao GS1 Talks com o BNDES 

Fotos: Getty Images

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