A CCRR, uma das maiores indústrias de autoadesivos da América Latina, tem planos agressivos para 2019, especialmente relacionados à automação. Em 2018, a companhia investiu mais de R$ 15 milhões em novas máquinas e cresceu acima de 30% em relação ao ano anterior.
Entre 2019 e 2020 serão investidos aproximadamente R$ 100 milhões em máquinas, sendo pelo menos 30% na área de RFID. “Automação é um tema constante em nosso dia a dia. Até o ano passado, nossos estoques e ordens de serviços eram todos controlados por meio de sistemas com a utilização de código de barras. No fim de 2018, comprometemos recursos e iniciamos a mudança para RFID. Pretendemos até o final de 2020 estar com todas as nossas unidades operando através da tecnologia RFID”, projeta o diretor da CCRR RFID, Marcio Muniz.
A empresa, que fatura anualmente R$ 500 milhões e tem como principal acionista o banco BTG (por meio de um fundo de private equity), contempla quatro unidades de negócios: Colacril, considerada o carro-chefe e responsável pela fabricação de bobinas autoadesivas; RR Etiquetas, que transforma as bobinas em etiquetas ou rótulos; Colacril Office, voltada para a fabricação e distribuição de produtos adesivos para a linha office (etiquetas, fitas, blocos de notas, etc.); e CCRR RFID, que desenvolve soluções com a tecnologia RFID, sendo o principal foco a produção de etiquetas RFID.
“Montamos inlays, que é a colocação de um chip em uma antena, e depois alocamos esse inlay dentro de uma etiqueta, seja adesiva, nylon ou qualquer outro material flexível”, explica Muniz, acrescentando que a CCRR RFID se constitui em uma iniciativa de inovação da empresa e que se transformou rapidamente em uma unidade de negócios robusta e autônoma. “Nos últimos três anos, a representatividade do negócio da tecnologia RFID para o grupo mais do que quintuplicou, fazendo com que crescêssemos muito acima das outras unidades da CCRR”, comemora o executivo.
Os resultados alcançados refletem os investimentos realizados pela companhia na área, com destaque para a automação. “Entre 2018 e 2019 adquirimos maquinário e quadruplicamos nossa capacidade produtiva. Pretendemos adquirir novas máquinas para o início de 2020, visando duplicar a nova capacidade adquirida”, revela Muniz. Além disso, a CCRR também adquiriu em dezembro de 2018 a Q-Free Brasil, empresa voltada para o atendimento da cadeia de pedágios, e em 2019 a Rastreabilidade Brasil, dedicada ao atendimento de rastreabilidade do segmento farmacêutico.
Hoje, a utilização da tecnologia RFID no varejo têxtil é tendência mundial, porque ajuda a reduzir consideravelmente os custos neste setor, que movimenta produtos de alto valor agregado. Além disso, a tecnologia possibilita localizar mercadorias no mundo físico e não apenas nos sistemas, fazer inventários precisos em poucos minutos, prevenir furtos e desvios de mercadorias, e, ainda, melhorar a experiência do cliente na hora da compra.
“Realizar, por exemplo, a contagem de 10 mil itens em uma loja é um trabalho para uma equipe de cinco pessoas, durante dois dias, de forma manual, sem nenhuma segurança dos números estarem corretos. Assim, nesses casos, é muito fácil o entendimento do uso da tecnologia RFID”, comenta Muniz.
Segundo ele, a tecnologia RFID é a forma mais barata de se controlar, de forma eficiente e segura, estoques e ativos das empresas. “Temos clientes varejistas que passaram a fazer a contagem de inventário diariamente. A segurança nos estoques permite, em uma ponta, a diminuição do estoque total – ou seja, injeção de capital direto nas empresas – e, na outra, uma menor ruptura de estoque, garantindo aumento nas vendas”, justifica.
Com os benefícios comprovados que a tecnologia RFID propicia aos negócios, outros setores estão começando a usá-la. “Agronegócio, indústrias, operadores logísticos, indústrias farmacêuticas e hospitais são alguns segmentos que passam a apostar na tecnologia RFID. Há um efeito de propagação incrível. Uma vez realizado um projeto em determinada área, o interesse se multiplica e vemos a proliferação da tecnologia”, aposta Muniz.
Foto: Divulgação
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