Embora o ano de 2018 tenha sido bastante conturbado para economia do País, o comércio eletrônico manteve o ritmo de crescimento, registrando faturamento de R$ 53,2 bilhões, alta nominal de 12% na comparação com 2017, de acordo com levantamento da Ebit|Nielsen. As empresas do segmento registraram 123 milhões de pedidos, 10% a mais do que no ano anterior. O tíquete médio de compras foi de R$434, ligeira alta de 1%.
“Registramos mais pedidos do que o previsto e, em compensação, menor tíquete médio, mas esse é um excelente indicador, pois é reflexo direto da chegada de novos consumidores – cerca de 10 milhões em 2018 – e do perfil de consumo. Categorias como cosméticos/perfumaria e moda lideraram o ranking das mais pedidas e se caracterizam por maior recorrência e pedidos de menor valor. Essa é uma tendência que também deve se manter forte para 2019”, analisa Ana Szasz, líder comercial para Ebit|Nielsen.
O crescimento também reflete a grande movimentação do setor em 2018, com a entrada de novos players, fusões e aquisições e a consolidação do modelo marketplace. “Alguns dos principais varejistas reportaram crescimento acima da média e ganhos de participação, mas é importante lembrar que a cauda do e-commerce é verdadeiramente muito longa e da importância do marketplace para consolidar as vendas dos pequenos e médios players, dando sustentação a toda a cadeia”, afirma Ana.
No entanto, alguns eventos limitaram as vendas do setor. A greve dos caminhoneiros, que represou cerca de R$ 407 milhões em compras, prejudicando as vendas da Copa do Mundo e do Dia dos Namorados. “A instabilidade do período pré-eleitoral também impactou as vendas. O segundo e terceiro trimestres ficaram abaixo do previsto, mas como as vendas mantiveram-se aquecidas no início do ano e tivemos a melhor Black Friday da história, com vendas muito acima da expectativa, o e-commerce fechou o ano com um crescimento sólido e sustentável e tudo indica que o quadro deve se manter para 2019″, explica.
As expectativas são otimistas para este ano, com previsão de crescimento de 15%, com vendas totais de R$ 61,2 bilhões. Os pedidos devem somar 137 milhões, elevação de 12%, e o tíquete médio deve ser de R$ 447, aumento de 3%. De acordo com a executiva da Ebit|Nielsen, a expansão ocorrerá com a entrada de novos e-consumidores, do mercado de dispositivos móveis e da banda larga no Brasil, e da migração do varejo offline para o online.
Foto: iStock
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