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Como aplicar uma estratégia ESG para a empresa crescer mais?

Com a concorrência acirrada, o cliente está cada vez mais de olho nos serviços e produtos que ele consume.

Segundo a pesquisa da agência Union + Webster, 87% da população brasileira afirma que prefere comprar de empresas que adotam práticas de ESG (Environment, Social, Governance) ou ASG (Ambiental, Social e Governança), sendo que 70% declara não se importar em pagar um pouco mais caro por isso.

Outro levantamento do Google mostra que em 2021, em comparação com 2020, aumentaram em mais de 150% as buscas por brasileiros no Google pelo termo “ESG” ou “ASG”.

Já o relatório da PwC, divulgados no portal do Pacto Global – Rede Brasil, revela que 77% dos investidores institucionais entrevistados disseram que planejam parar de comprar produtos não ESG nos próximos dois anos.

Diante desse cenário, é realidade que as práticas ESG vieram para ficar nas empresas e, portanto, é hora de se adaptar para que as organizações tenham perenidade e sustentabilidade.

Mas como começar uma estratégia ESG?

Carla Capoleti do Sebrae-SP. Foto: Patrícia Cruz/A2FOTOGRAFIA.

Em entrevista ao Portal de Notícias da GS1 Brasil, a consultora do Sebrae-SP, Carla Capoleti, afirma que muitos empresários não conseguem identificar a abrangência e as oportunidades de ganhos para o seu negócio.

“Acreditam que implantar a sustentabilidade é para grande empresa, custa caro e é trabalhoso. Alguns, já praticam a gestão sustentável, porém não conseguem identificar quais são os pilares atingidos, adequar e manter as práticas sustentáveis na empresa e demonstrar aos colaboradores, comunidades, consumidores e parceiros as ações implantadas e seus resultados.”,  detalha Carla.

De acordo com ela, há três entraves: pouco conhecimento sobre as práticas sustentáveis, falta de apoio e cobrança, por parte da gestão pública e falta de conhecimento sobre a parte operacional, ou seja, como colocar práticas sustentáveis em funcionamento na empresa.

Marcus Nakagawa da ESPM

Marcus Nakagawa da ESPM. Crédito: divulgação

Para o coordenador do Centro ESPM de Desenvolvimento Socioambiental (CEDS), Marcus Nakagawa, cada dia mais o ESG é uma realidade dentro das empresas e tem que ser um tema discutido e implementado internamente nos diversos departamentos.

“Entretanto, ainda existe uma longa jornada a ser trilhada e, principalmente, haver a mudança de mindset da alta gestão de que o tema é transversal e é a nova forma de gestão empresarial. E não somente alguns indicadores a mais para gerenciar ou um departamento a ser criado ou, ainda, um projeto bacana para ganhar visibilidade”, analisa o coordenador .

“A sustentabilidade deixou de ser um diferencial e hoje é um aspecto essencial para uma empresa na produção de um produto. Uma pesquisa do ano passado mostrou que no país teve um crescimento de 112% no número de compradores de itens focados neste tema.”, reforça o Managing Director da Roost,  Eliezer Silveira Filho

Mas, afinal, como aplicar a estratégia ESG?

1 – Para iniciar

como aplicar o ESG

De acordo com a especialista do Sebrae é possível iniciar com um plano básico de práticas sustentáveis com ações de baixo investimento, menor nível técnico para implantação e que ofereçam impactos social e ambiental positivos em um curto período de tempo.

“As dicas iniciais para aplicar são elaborar um um plano com práticas sustentáveis factíveis (ex.: Gestão da Água, Gestão de Resíduos, Gestão de Energia, Gestão de Pessoas, etc), melhorar a relação com os colaboradores, envolver a comunidade do entorno e escolas, convidar parceiros: Prefeitura; Cooperativas; Sindicatos; Sebrae e monitorar constantemente os resultados alcançados”, diz.

2 – Crie a cultura

Para a construção de uma boa estratégia e  atrair bons parceiros, a dica é tornar a cultura da sustentabilidade um fator sistêmico na empresa, em que não fique sob responsabilidade de um departamento ou pessoa, e sim que faça parte de todo o processo da organização, permeando entre os mais diversos departamentos. Desse modo, várias conexões e projetos se desenvolverão envolvendo todos os stakeholders.”, disse o gerente de suprimentos e Sustentabilidade da Bibi, Ismael Fischer.

Segundo ele, é necessário entender claramente onde pode gerar impacto. Vale revistar os ODS (objetivos de desenvolvimento sustentável) da ONU e avaliar onde se deseja gerar impacto. A partir de um foco claro, abrir espaço para que todas as pessoas possam construir e sugerir mudanças.

“Só se constrói empresas sustentáveis se todos estiverem envolvidos.”, completa Eliezer.

3 – Mapeie as oportunidades

conceito de estratégia de negocios

“Levante tudo aquilo que se perde por não agir, e as oportunidades que se tem ao engajar no tema da sustentabilidade, fazendo uma análise interna da empresa e externa do mercado. Uma vez reconhecido o cenário que se encontra, o segundo passo é desenvolver plano de ações, que deve indicar quem são os possíveis financiadores e parceiros estratégicas para o negócio em função de cada necessidade.”, indica o especialista em Sustentabilidade na IHM, empresa do Grupo Stefanini, Matheus Medeiros.

4 – Saiba aonde quer chegar

jogo xadrez representando estrategia de negocio

“Deixe muito claro no que acredita e na jornada que pretende seguir. Com isso a empresa terá maior facilidade para identificar reais parceiros e conseguirá ser mais crível aos olhos da sociedade e em particular dos seus consumidores.”, afirma o diretor executivo da Caliber no Brasil, Dario Menezes.

5 – Cuidado com o Greenwashing

Para o Coordenador do Comitê ESG da Fecomercio-SP, Luiz Maia, o greenwashing nasce do desalinhamento da ação de marketing da empresa em relação à estratégia de implementação da agenda ESG divulgada ou apresentada pela própria empresa.

“O discurso acaba não correspondendo com a ação e cai no vazio, penalizando a imagem e a liderança da empresa.”

Segundo o diretor executivo da Caliber , Dario Menezes, a prática do greenwashing é nociva a sociedade como um todo, uma vez que ela encobre os erros de algumas empresas e cria uma assimetria de percepção. Tudo fica muito parecido visto que todos, os corretos e os incorretos comunicam da mesma forma.

Porém o nosso contexto com as pessoas em total conexão o tempo todo, reduz esse espaço da propaganda enganosa. Como ela acaba sendo vista por um número maior de pessoas, maior é a chance dela ser questionada em público o que por si só já cria um arranhão na reputação da empresa.

“Pensando nos passos a seguir, entendo que o melhor é sempre contar a jornada da organização em busca de uma melhor performance, sendo sincera e transparente. Isso faz a diferença.”

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Foto: iStock

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