Durante 2022 o segmento industrial apresentou resultados positivos e a tendência é que este movimento continue.
De acordo com pesquisa divulgada em setembro do ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção da indústria brasileira cresceu 0,6% em julho em comparação com mês anterior.
Neste cenário, diversas inovações têm contribuído para a otimização das atividades de vários tipos de indústrias, permitindo que aumentem a lucratividade.
Pensando nisso e em como este mercado deve crescer nos próximos meses, foram listadas cinco tendências do setor industrial para este ano.
A cada ano mais robôs colaborativos são utilizados pelo setor industrial para aumentar a produtividade e trazer segurança para colaboradores, segundo Bruno Zabeu, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Universal Robots na América do Sul, empresa dinamarquesa líder na produção de braços robóticos industriais colaborativos.
“Cada vez mais os negócios vão compreender como os cobots podem revolucionar a forma que as indústrias atuam, já que podem produzir de forma ininterrupta, trabalhar ao lado dos seres humanos, e retirar os profissionais de tarefas perigosas e repetitivas, migrando estes para funções mais estratégicas. O trabalho híbrido entre robôs colaborativos e pessoas é uma tendência”, afirma.
A indústria tem acompanhado a inovação tecnológica com objetivo de otimizar e facilitar seus processos e também a produção, seja lá qual for.
De acordo com Vinicius Callegari, Co-fundador da GaussFleet, maior plataforma de gestão de máquinas móveis para siderúrgicas e construtoras, investir em novas inovações é primordial para obter melhores resultados e segurança dentro do ambiente de trabalho.
“Pensando em pontos como segurança e melhor logística, a plataforma integrou mais uma função que utiliza a tecnologia de Inteligência Artificial, para gerenciar a fadiga de motoristas que operam obras, usinas e minas. Os nossos sensores são instalados dentro dos veículos como caminhões, por exemplo, e monitoramos em tempo real, de forma inteligente e autônoma, possíveis comportamentos de risco, como distração ao volante, uso de celular ou cigarro”, completa.
A produção sustentável é uma tendência que ganha cada vez mais força no setor industrial.
“Práticas responsáveis devem estar presentes em todos os segmentos produtivos, uma vez que impactam o futuro do meio ambiente e sociedade. Proteção ambiental e saúde populacional são tópicos essenciais para a fabricação responsável, por isso, as indústrias precisarão, de forma mais intensa, planejar produções garantindo produtividade e responsabilidade social”, diz Flávio Guimarães, Presidente da Corning na América Latina e Caribe, uma das líderes mundiais em inovação da ciência de materiais que desenvolve produtos para as áreas de comunicações ópticas, eletrônicos móveis de consumo, tecnologias para displays, automóveis e ciências da vida.
No novo mundo de hoje, o modelo de produção em massa está em desacordo não apenas com as necessidades do planeta, mas com rígidas diretrizes globais e cada vez mais com as demandas de nossos clientes — e nossas próprias.
Segundo relatório da FESPA – Federação Global de Associações Nacionais para a comunidade de serigrafia, impressão digital e impressão têxtil, a produção de vestuário consome cerca de 79 bilhões de metros cúbicos de água doce anualmente e estima-se que crie cerca de 20% da poluição industrial da água no mundo.
Desta maneira, a popularidade da impressão digital têxtil está crescendo entre marcas e designers, que escolhem um processo mais ecologicamente correto em comparação com muitos dos outros métodos tradicionais de impressão e tingimento. Sua reputação mais verde é predominantemente medida pela quantidade reduzida de resíduos inevitavelmente produzidos.
Com a preocupação por um mundo mais sustentável com o uso eficiente da água em sua produção, a Texneo, uma das principais indústrias têxteis da América Latina, com foco na produção de malhas em rolo para os segmentos sportswear, beachwear, underwear e lifewear, investe na tecnologia da estamparia digital em seu leque de produtos.
“Em um momento de instabilidade, a sustentabilidade se tornou assunto primordial em nosso negócio, corroborando nossa preocupação com frentes ESG, promovendo a redução do impacto no meio ambiente. A estamparia digital, ou impressão digital têxtil, é um modo tecnológico de trabalhar com malhas e tecidos, saindo da produção rotativa, onde usa-se um alto volume de água durante o processo, para o método digital. Uma mudança que visa atender uma demanda por produtos cada vez mais personalizados com a praticidade de compra em pequenos volumes”, comenta Carla Schork, diretora de Novos Negócios da Texneo.
“A transformação digital deixa de ser um diferencial e passa a ser obrigatória para a sobrevivência de negócios que envolvem manufatura. Por isso, é importante combinar tecnologias disruptivas à interfaces de fácil utilização, para aumentar a eficiência de chão de fábrica, antes de investir em mais fábricas e mais linhas produtivas”, diz Reginaldo Ribeiro, CEO da COGTIVE.
A startup, que está entrando no mercado de Chicago (EUA) com apoio do Startup OutReach Brasil, usa IoTs (Internet das Coisas) e Inteligência Artificial para coletar dados, identificar oportunidades e gargalos, reduzindo custos e otimizando estoques, possibilitando que fábricas desbloqueiem sua capacidade oculta.
Considerado uma evolução do código de barras linear, o Código 2D, como o próprio nome já diz, é bidimensional.
Ele utiliza ambas as dimensões (horizontal e vertical) para codificar dados em uma pequena área. Existem algumas variáveis desta solução, porém a mais conhecida no mercado é o QR Code.
Para a indústria, o Código 2D funciona como uma embalagem estendida, possibilitando a inserção de dados adicionais e variáveis, ações de prevenção de perdas, recall, logística reversa, economia circular, sustentabilidade, campanhas promocionais e muito mais.
Tudo isso com um código que pode ser impresso numa área bem menor da embalagem.
“Estes são alguns exemplos dos inúmeros benefícios da aplicação dos códigos 2D, que ganham cada vez mais espaço entre empresas de todos os portes e segmentos, para uma melhor interação com seus clientes”, destaca o presidente da GS1 Brasil, João Carlos de Oliveira.
Como reforçou o executivo da GS1, os benefícios não se restringem apenas ao setor industrial. Junto com o consumidor final, que pode se munir de informações completas sobre suas compras, o varejo pode trazer novas soluções e experiências aos seus clientes.
Segundo lista o portal recém-lançado Código 2D, com um único código, é possível: fornecer mais informações aos consumidores; melhorar a gestão do estoque; garantir mais integração entre fábricas e distribuidores; melhorar a rastreabilidade; controlar a data de validade; e trazer mais agilidade para o acesso às informações.
Foto: iStock
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