A tecnologia vai ser um dos pontos altos do desfile de Carnaval da Rosas de Ouro, que em 2020 apresenta o enredo “Tempos Modernos”, desenvolvido pelo carnavalesco André Machado. O tema conta a história das revoluções industriais com foco na atual Revolução 4.0.
A proposta é popularizar esse conceito, mostrando que a tecnologia já está presente no cotidiano das pessoas e das empresas, e só tende a aumentar no futuro.
Por isso, pela primeira vez, a Rosas de Ouro traz um desfile com diversas tecnologias desenvolvidas em um projeto que envolve mais de 40 parceiros – entre eles a GS1 Brasil, universidades e especialistas de tecnologia de diferentes organizações – no projeto intitulado Carnaval 4.0.
A GS1 Brasil apoia três iniciativas, com padrões e soluções que já são aplicados com sucesso no mercado.
Etiquetas RFID serão aplicadas nas fantasias dos cerca de dois mil integrantes da escola. No Sambódromo, oito portais com antenas RFID serão instalados para fazer a leitura das tags.
Com isso, será possível monitorar a evolução de todas as alas, medindo tempos e movimentos dos foliões durante o desfile. Os dados podem ser acompanhados em tempo real.
A prova de conceito ou PoC (Proof of Concept, da sigla em inglês) da solução foi testada durante os ensaios técnicos no Sambódromo para validação da aplicação da tecnologia. Os dados vão ajudar a melhorar a evolução das alas da Rosas de Ouro, que necessita de precisão para avaliar seu desempenho.
Sistema semelhante utilizando a tecnologia RFID já é utilizado nos pedágios do País. O RFID também é adotado cada vez mais pelo setor têxtil, tanto indústria quanto varejo, para controlar estoques, reduzir perdas, gerar maior eficiência na operação e aumentar a produtividade.
A tecnologia RFID também será usada para fazer a rastreabilidade das fantasias. A ideia é acompanhar o ciclo de vida do figurino, utilizando no Carnaval um conceito adotado por várias empresas e marcas na estratégia de gestão e sustentabilidade.
Como todas as fantasias terão uma etiqueta RFID, será possível acompanhar a movimentação do figurino desde o momento em que o folião retirá-lo no barracão, antes do desfile, até a devolução.
Dessa forma, será possível fazer a análise de ciclo de vida da fantasia e dos materiais, verificando, por exemplo, o que poderá ser reciclado e reutilizado nos próximos anos. Com essa ação de sustentabilidade, que sempre foi uma preocupação da Rosas de Ouro, todo o processo terá mais eficiência e menos perdas.
As etiquetas RFID utilizadas no desfile da Rosas de Ouro são fornecidas pela CCRR RFID.
A GS1 Brasil auxilia também o desenvolvimento da fantasia chamada “Código para o Futuro”, que tem como elemento principal o QR Code. A ideia é mostrar que o código de barras tem ganhado formatos e aplicações diferentes com as evoluções tecnológicas.
O código estampado na fantasia pode ser escaneado com smartphone e, por meio de recurso de realidade aumentada integrado ao Instagram, qualquer pessoa consegue “vestir” a fantasia – uma brincadeira com a cara do Carnaval.
Além da GS1 Brasil, um time de peso formado por instituições e profissionais renomados estão envolvidos no carnaval tecnológico da Rosas de Ouro.
O Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), por exemplo, está desenvolvendo uma solução que vai medir a emoção dos integrantes da escola durante o desfile.
O professor pesquisador do IMT, Ari Costa, conta que trata-se de uma pulseira inteligente (smartband) que será utilizada por alguns componentes das alas e personalidades da Rosas de Ouro. As informações medidas pela smartband são batimento cardíaco, distância percorrida, passos e calorias gastas.
A pulseira inteligente será conectada a um aplicativo, que sobe as informações para um banco de dados em nuvem e depois processa as informações.
Assim, durante o desfile, o público poderá acompanhar esses dados por meio de um monitor no Sambódromo e também pelo app, que poderá ser baixado gratuitamente por qualquer pessoa.
Mas a iniciativa não para por aí. Posteriomente, será feita uma comparação do estado de saúde desses componentes antes e depois do desfile, incluindo uma análise médica.
Além disso, a equipe da Mauá está desenvolvendo uma solução para monitorar o casal de mestre-sala e porta-bandeira. Eles vão usar um colete com GPS – o mesmo usado por atletas de alto nível no mundo inteiro e bailarinos de companhias de dança – para medir movimentação, energia e desempenho. A ideia é mostrar o desempenho desses “atletas do samba”.
“Fazemos parte dessa iniciativa no Carnaval da Rosas de Ouro para mostrar para a sociedade que a revolução 4.0 não pode mais esperar para acontecer. Precisa ser feita agora. A Indústria 4.0 pode ajudar a competitividade do País em várias áreas, nas empresas, na saúde, na educação, entre outras”, afirma o professor Ari, da Mauá.
“Queremos estar no desfile das campeãs, mas o objetivo mais amplo é dar uma acordada na sociedade brasileira. Ou a gente embarca na quarta revolução industrial ou continuamos a ser um País com baixos níveis de produtividade”, finaliza o professor Ari.
O time do projeto Carnaval 4.0 é uma organização formada por acadêmicos, especialistas de tecnologia de diferentes organizações e gestores e artistas da Rosas de Ouro que buscam contribuir com a transformação do País num Brasil 4.0. O time é organizado em três núcleos: parceiros acadêmicos, tecnológicos e comitê de gestão. Confira os envolvidos:
Pesquisadores e alunos da Universidade de São Paulo (USP), Centro Universitário FEI, Instituto Mauá de Tecnologia e de outras universidades que estão desenvolvendo as experiências digitais com o apoio do Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT).
As empresas que estão fornecendo hardware, software e capacitação para as universidades são:CCRR, Siemens, PTC, Schneider, Electric, Ladder, Universal Robots, Nokia, Staaubli Robotics, Dassault Systèmes, Contric Robótica, Eplan, Infosphera, Quantum4, GRV Software e Sacrini Design.
Responsável pela administração do projeto: SPI Integração de Sistemas, People+Strategy, EloGroup, CNC, ATTO, UMANTECH e N&DC.
GS1 Brasil – Associação Brasileira de Automação.
Mercedes-Benz e Besni.
Foto de abertura: Douglas Luccena
Rosas de Ouro e GS1 Brasil juntas no projeto Carnaval 2020
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