A Compex, que distribui e comercializa coletores de dados, leitores de código de barras e impressoras térmicas, começou a produzir máscaras do tipo face shield como forma de manter os negócios e a empregabilidade dos colaboradores nesta pandemia causada pelo novo coronavírus. A iniciativa também contempla a doação de parte da produção.
As máscaras são comercializadas para os canais que a Compex já atua, como supermercados, atacadistas, distribuidores, indústrias, farmácias e hospitais. A empresa também já fez vendas para a Pizza Hut, para uma editora, uma loja de ferramentas e até para parceiros da área de software.
Meire Moreira, da Compex – Foto: Douglas Luccena
“Neste momento, os negócios estão acontecendo, mas não na mesma demanda que a gente estava acostumado, até porque nossos produtos têm impacto grande do dólar, que está alto. Nossos clientes estão preocupados em manter as lojas abastecidas para atender a população neste período de pandemia. O que menos as empresas querem agora é comprar qualquer tipo de hardware, como coletor e impressora, que é o que vendemos”, disse a diretora da Compex, Meire Moreira, para a reportagem do Portal de Notícias GS1 Brasil.
Com a queda das vendas, a empresa de tecnologia, que está no mercado desde 1999, decidiu apostar nas máscaras como forma de evitar as demissões. Atualmente, a companhia gera mais de cem empregos diretos e indiretos.
“A Compex decidiu cortar o que for necessário, menos os empregos dos colaboradores, porque já estávamos vivendo uma crise e veio a pandemia. Como as pessoas iam ficar?”, afirmou a executiva.
Apenas quatro dias foram necessários para colocar a ideia de produzir as máscaras em prática. A Compex se uniu a um parceiro de longa data, a Insight Displays, especialista em comunicação visual e que possui máquinas sofisticadas de corte e acabamento a laser. Assim, a Compex entrou com a compra da matéria-prima e a Insight, com a estrutura para produção das máscaras para proteção contra a Covid-19.
A Insight já tinha dado férias para todos os 50 funcionários e a Compex para 90% dos colaboradores. Quando surgiu a ideia, rapidamente as empresas se reorganizaram para fazer o molde da máscara, os testes de ajuste, comprar matéria-prima e iniciar a fabricação. Aliás, foi necessário contratar 30 pessoas para a linha de produção.
Segundo a executiva da empresa, o primeiro lote ficou pronto no dia 13 de abril e a previsão é produzir mil máscaras por dia.
A máscara é confeccionada com material PETG de 0,75mm cristal e possui estrutura de alumínio ajustável e espuma em polietileno com espaçamento para amenizar o calor e melhorar a circulação do ar.
Meire conta que uma das preocupações é dar conforto para o usuário. “Notamos que há muitas máscaras sendo vendidas no mercado, mas que acabam machucando a face. Nossa preocupação foi usar uma matéria-prima que não fosse prejudicial à pele do usuário que precisa usar a máscara durante muitas horas ao longo do dia”, disse.
Assim como muitas empresas brasileiras, a Compex reinventa os negócios em meio à pandemia.
“A intenção de fazer esse trabalho não é ganhar dinheiro, este não é o nosso negócio e a máscara não será um produto do nosso portfólio. É um item que tem data para acabar e esperamos que seja rápido. Esta é uma oportunidade de negócios sim, mas para vendermos com custo viável para quem precisa e conseguirmos pagar as nossas despesas e manter os empregos dos nossos funcionários e dos colaboradores do nosso parceiro”, destaca Meire.
Além das vendas, a iniciativa da Compex também envolve uma ação social. A cada mil máscaras vendidas, cem serão doadas para os clientes que estão na linha de frente neste momento, como supermercadistas, farmácias, atacadistas e distribuidores.
A doação também poderá ser feita para empresas de outros segmentos, que não sejam clientes, ou instituições, de acordo com a emergência. Os interessados em receber as máscaras podem solicitar a doação no site www.compextec.com.br/covid19/.
De acordo com Meire, no site também será informado quais estabelecimentos ou instituições receberam as doações.
“A lição que vamos tirar dessa experiencia é que, num momento de caos, conseguimos fazer algo para atender a sociedade, manter o emprego de várias famílias e colaborar com a saúde de forma geral. A lição que vai ficar dessa pandemia é que dinheiro não é tudo”, conclui a executiva da Compex.
Foto de abertura: Divulgação
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