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Design Thinking: use esta solução para alcançar o consumidor

O Design Thinking é, tradicionalmente, uma metodologia de gestão da inovação muito utilizada para ajudar no desenvolvimento de um novo produto ou serviço, melhoria de processo ou reestruturação organizacional, sempre com foco nas pessoas.

Ticiana Calipe, da Fundação Vanzolini. Crédito: divulgação

“É uma metodologia ágil que busca solucionar problemas de forma criativa e inovadora com foco em entregar solução para as pessoas. Sabemos que, durante muito tempo, as empresas, buscavam fazer produtos e serviços apenas com foco em vender e muitas vezes deixavam de lado a pessoa que ia comprar. Nesse sentido, o Design Thinking é uma excelente ferramenta pra construção de negócios inovadores que buscam olhar para a pessoa que vai se beneficiar daquele produto ou serviço, criando uma conexão direta”, esclareceu a professora dos cursos de Design Thinking e Design Sprint da Fundação Vanzolini, Ticiana Calipe, em entrevista ao Portal de Notícias da GS1 Brasil.

Esse é um modelo bastante eficaz que pode ser aplicado em negócios de quaisquer portes, inclusive entre Pequenas e Médias Empresas (PMEs).

“Quanto menor é o capital de investimento de uma empresa, mais assertiva ela precisa ser no desenvolvimento das suas soluções. Então, o Design Thinking colabora para que o investimento tenha o maior impacto possível no mercado, sendo mais relevante para o consumidor e trazendo mais resultado para a empresa”, resume o gerente de educação continuada da ESPM, Caio Bianchi.

Caio Bianchi, da ESPM. Crédito: divulgação

Além disso, o Design Thinking estimula uma série de processos saudáveis a quaisquer empresas. “Ele exige que exista uma cultura organizacional transparente, diversificada e engajada. Além disso,valoriza a criatividade, o que num mundo pós-pandemia é muito importante. A necessidade das pessoas mudou completamente. Então, se não mudarmos a nossa forma de fazer processos, produtos e serviços teremos problemas em curto/médio prazo”, adverte a prof. Ticiana.

E independentemente do modelo de Design Thinking que o time da empresa decida utilizar, é essencial que dois pilares sejam considerados: o pensamento divergente e o pensamento convergente.

“O pensamento divergente é baseado na criatividade, abertura de possibilidades, geração de ideias e rompimento de padrões mentais. Já o pensamento convergente é baseado na racionalidade, análise crítica de possibilidades e definição de critérios”, esclarece o especialista da ESPM.

Modelo de implementação

No momento de implementação do Design Thinking, pode-se optar por alguns modelos vindos de diferentes vertentes da literatura e ferramentas que podem ajudar no processo. Mas, de modo geral, o primeiro passo é começar a partir de um problema real, conforme exemplifica a especialista da Fundação Vanzolini.

“O primeiro passo para implementação na empresa é entender qual problema se pretende resolver. Se você for um e-commerce e está com problemas de abandono de carrinho, você precisa saber qual o problema a ser solucionado e montar um time multidisciplinar de aproximadamente seis pessoas com pensamentos variados, para implementar todas as etapas do Design Thinking”, diz.

Segundo Bianchi, o modelo mais utilizado no mundo é dividido em quatro etapas:

1)      Descoberta: entender quem é e quais são as dores do consumidor;

2)      Definição: analisar e selecionar qual dor do consumidor será solucionada;

3)      Desenvolvimento: discutir quais são as possíveis soluções a serem desenvolvidas;

4)      Teste: analisar e testar qual solução é considerada mais adequada.

Além destas quatro etapas, ele reforça a importância de iniciar a metodologia sem uma solução específica em mente. “As etapas de “Descoberta” e “Definição” existem exatamente para que a equipe explore os problemas mais relevantes do consumidor; para só então desenvolver a solução nas etapas de “Desenvolvimento” e “Teste””, lembra.

Entretanto, é comum empresas que investem milhões em desenvolvimento de um produto que não é relevante para o consumidor, e isso acontece porque o próprio consumidor não foi considerado no processo.

Nesse sentido, Bianchi fornece um importante pensamento inicial: o consumidor final, independente do setor ou perfil, sempre busca valor agregado.

“Se o consumidor não percebe valor, ou seja, a relação entre o custo e o benefício de um produto ou serviço, ele não o comprará. Então, considerar as suas necessidades desde o início do processo de desenvolvimento de um produto é essencial para garantir que a solução agregará valor para a sua vida”, conclui.

Processo coletivo

design thinking pede processo colaborativo

Durante a aplicação do Design Thinking, três pilares se tornam importantes: empatia, colaboração e experimentação.

“A empatia consiste em olhar o problema do ponto de vista de quem vai vivenciá-lo. A colaboração é o pilar onde fazemos o processo em conjunto, já que ninguém aplica esse conceito sozinho. E a experimentação precisa ser feita em cenário real”, resume a prof. Ticiana.

Em relação à colaboração, ela reforça que este é um meio onde se consegue ser mais criativo e eficiente, fazendo com que se consiga atingir prazos importantes de forma mais rápida.

“Quando o colaborador se fecha numa bolha, não tem como ser criativo e ter ideias diferentes. É na junção do seu mundo com o das outras pessoas e a mágica acontece”, aposta.

Apesar de ser uma metodologia complexa se utilizada na sua totalidade, as empresas podem começar a implementação selecionando profissionais orientados à inovação e que possuem disposição para formar uma equipe multidisciplinar.

A partir disso, a capacitação na metodologia ou contratação de um facilitador externo é essencial para que seus preceitos e etapas sejam cumpridas.

“Com as pessoas e a estrutura, os trabalhos podem iniciar com o mapeamento do consumidor e a compreensão das suas necessidades”, finaliza Bianchi.

Fotos: iStock

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