A empresa de tecnologia brasileira Golchain lança no mercado nacional o ecossistema de blockchain sem fins lucrativos Blockum, um ambiente tecnológico independente e que funciona a partir da cooperação entre empresas, entidades governamentais e pessoas. A ideia é resolver alguns gargalos da tecnologia de blockchain, como a demora registrada em determinadas operações decorrente da pouca escalabilidade dos sistemas interligados.
Segundo o diretor de operação da Golchain, Guilherme Canavese, o projeto foi inspirado na iniciativa da Alastria, na Espanha, que reúne mais de 420 membros como Santander, Telefónica e SAP colaborando na mesma rede, responsável por disponibilizar ferramentas para fomentar estratégias de blockchain e acelerar a transformação digital.
Seguindo os mesmos passos, a Blockum nasce com associados, como o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), que buscava uma plataforma segura para armazenar pesquisas e informações confidenciais, além de desenvolver estudos utilizando a tecnologia; a operadora de telefonia Sercomtel; e os centros de inovação ligados a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), reunidas dentro do ecossistema para criar um projeto municipal de desenvolvimento e inovação em blockchain em Londrina. Atualmente, as empresas que aderem à rede se associam gratuitamente.
No sistema de compartilhamento do Blockum, cada membro do ecossistema disponibiliza sua infraestrutura de computadores e hardware, para receber em troca uma plataforma em nuvem de blockchain pronta e regulamentada para transações de valor jurídico. Com a identificação do caso de uso e o fornecimento de API’s, o associado pode desenvolver soluções com a tecnologia da maneira que for mais interessante para a sua operação, abrangendo as mais variadas utilizações.
“É um sistema extremamente democrático, já que qualquer empresa ou instituição, independente do seu tamanho, pode fazer parte do ecossistema”, explica Canavese. Segundo ele, com uma rede descentralizada e distribuída entre os vários associados, ao invés de concentrada em uma única companhia, é praticamente impossível que algum dado seja hackeado. “As operações também conseguem ser feitas em maior escala e sem espera. Com o partilhamento de nós validadores privados e permissionados, existe ainda maior segurança atrelada a uma rede permitida e protegida ao mesmo tempo”, detalha o executivo.
No caso do Blockum, apesar da mesma proposta de compartilhamento de infraestrutura e cooperação da Alastria, a meta é expandir a rede internacionalmente. “Vamos lançar o Blockum em Portugal e depois no restante da Europa, Estados Unidos e Ásia. Nosso objetivo é fomentar a pesquisa e desenvolvimento baseada nesse tipo de tecnologia, ainda em estágio embrionário se pensarmos em todo o potencial que ela tem pela frente e as perspectivas de crescimento do setor”, afirma Canavese.
Imagem: iStock
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