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Em 2019, digital influenciará até 6% do comércio global

Relatório da consultoria Boston Consulting Group (BCG), intitulado “Global Trade Goes Digital”, estima que, em 2019, o meio digital influenciará a movimentação de US$ 800 bilhões a US$ 1,5 trilhão em transações internacionais, o que representa de 3,5% a 6% do comércio global.

Para chegar a este valor, o BCG realizou dois tipos de avaliação. Primeiro, por meio da aproximação bottom-up (da base para o topo) definiu três categorias de comércio transfronteiriço ou cross border que são ativadas diretamente pelo digital:

Digital interfere na maneira como são feitas as transações: quando o acesso do consumidor aos produtos da empresa só é possível graças às plataformas digitais de e-commerce e todo o processo de venda é realizado virtualmente, como o Alibaba, por exemplo.

Digital interfere no tipo de produto vendido: produtos que antes eram oferecidos apenas fisicamente hoje podem ser “entregues” aos consumidores diretamente pela internet, a exemplo dos e-books, substituindo os livros, e as plataformas de streaming, como a Netflix, entregando conteúdo audiovisual.

Digital interfere na maneira e no produto que é vendido: são modelos de negócio nascidos no digital e cujo valor é ancorado na disponibilidade de dados e ferramentas de análise. Os maiores exemplos são Facebook, Google e Uber.

A segunda análise do estudo do BCG envolveu uma série de indicadores de mercado, calculando a dimensão somada das três categorias acima, somando valor estimado é de US$ 800 bilhões.

Depois, por meio de aproximação top-down (de cima para baixo), foram computador dados disponibilizados por um limitado número de países que tentaram mensurar empiricamente a fatia de seu comércio transfronteiriço ativada pelo meio digital. Segundo o BCG, neste critério de avaliação, o valor estimado é de US$ 1,5 trilhão.

Novos desafios

Neste contexto, as empresas que quiserem ampliar as vendas para o exterior a partir do digital têm um novo desafio: se adaptar ao número cada vez maior de medidas restritivas impostas por governos de diversos países. Um exemplo é que, desde 2000, o número medidas que limitam compartilhamento de dados para fora das fronteiras quadriplicou, sendo que 33% dessas medidas foram caracterizadas como “muito restritivas”.

Portanto, para que as empresas possam superar essas barreiras fronteiriças e aproveitar as possibilidades criadas pelo meio digital para expandir o seu comércio, o BCG indica três medidas a serem tomadas:

  1. Analisar a exposição virtual de sua empresa no contexto internacional. Essa avaliação deve considerar se o comércio pertencerá a uma rede global integrada ou atenderá a apenas alguns mercados. Também é preciso entender o nível de maturidade digital da empresa, ou seja, qual o peso da digitalização na oferta de serviços e produtos e o seu impacto na cadeia de valor.
  2. Integrar agendas digital e global. A digitalização deve estar dentro da estratégia global da empresa. Além de evitar custos extras, a integração abre portas para novas oportunidades e ajuda a melhor posicionar a empresa no mercado internacional.
  3. Atenção às mudanças globais. A construção da estratégia digital da companhia deve considerar os possíveis impactos de transformações relevantes no mercado, na tecnologia e na política. É importante estar atento à maneira como as regulamentações políticas sobre o meio digital se desenvolvem em diferentes países.

Confira a íntegra do estudo (em inglês) em: http://www.bcg.com/publications/2019/global-trade-goes-digital.aspx

Imagem: iStock

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