Estudo da Accenture mostra que menos de uma em cada oito empresas conta com ações de governança extensiva da inovação. Mas, aquelas que adotam essa prática apresentam duas vezes o crescimento da receita em comparação com empresas que optam por uma governança mais acidental da inovação.
O estudo intitulado Governing Innovation: The Recipe for Portfolio Growth é baseado em um levantamento global junto a executivos de mil empresas, que inclui análise financeira dessas companhias e entrevistas aprofundadas com especialistas em inovação do mercado e do meio acadêmico.
O objetivo do estudo foi determinar como as empresas aplicam diferentes tipos de inovação em seus portfólios, identificar as formas de alocação de investimentos em inovação, além de ajudar os executivos a entenderem como aplicar ações de governança mais estratégicas a fim de obter melhores retornos dos seus investimentos em inovação.
O estudo revela que apenas 12% das empresas fazem a governança da inovação de forma extensiva. Entre 2013 e 2018, a média da taxa anual de crescimento composto (CAGR) dessas empresas foi 5,9%, contra média de 2,9% para os demais 88% das empresas que optam por governar a inovação de forma mais aleatória.
Enquanto 84% dos executivos entrevistados afirmaram que governam a inovação de forma centralizada – por exemplo, por meio da figura de um comitê ou de um diretor de inovação (CIO) – o estudo observa que a tomada de decisão e a gestão centralizadas podem não ser suficientes.
“As empresas ainda precisam de muita disciplina para transformarem seus investimentos em inovação em crescimento efetivo”, afirma o Chief Technology Innovation Officer (CTIO) da Accenture, Paul Daugherty. “Muitas ainda enxergam a inovação como aquela força criativa que não pode ser controlada, mas nosso estudo mostra que uma abordagem sistêmica da gestão e a governança extensiva da inovação pode ter impacto financeiro significativo.”
O estudo usa o modelo Portfolio Innovation da Accenture, que analisa a aplicação de três tipos de inovação (incremental, revolucionária e disruptiva) em empresas de diferentes níveis de maturidade (legada, em crescimento e emergente).
A Accenture constatou que as empresas que abordam a inovação de forma mais aleatória hoje, mas planejam uma mudança para um estilo de governança extensiva da inovação, esperam mais que dobrar o crescimento anual composto da receita em nível de portfólio – de 2,9% para 6,5%, em média.
“Enquanto algumas pessoas temem que a governança paralise a inovação, a realidade é que uma abordagem sistêmica da gestão da inovação é essencial para obter um desempenho financeiro superior. No fim das contas, essa forma diferente e ativa de governança se traduz em investimentos mais estratégicos em inovação em nível de portfólio”, diz a diretora-geral da Accenture Research, Vedrana Savic.
Foto: Getty Images
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