O Brasil se encontra hoje em uma situação econômica considerada regular para a atração de investimentos, porém há uma perspectiva positiva com relação à expansão e geração de empregos em 2020. É o que aponta a Swedish Business Climate in Brazil, estudo realizado anualmente pela Câmara de Comércio Sueco-Brasileira (Swedcham Brasil).
A nona edição do estudo contou com a participação de 53 empresas suecas de grande porte presentes no Brasil e foi realizada com o apoio da LLYC, consultoria global de comunicação e assuntos públicos.
Diferente do ano anterior, quando havia uma visão mais promissora sobre o ambiente de negócios, em 2019 o clima é de cautela por parte das empresas suecas. O relatório aponta que 59% delas pretende aumentar seus investimentos no Brasil nos próximos 12 meses (em 2018 era 73%).
Ainda assim, para 2020, 78% esperam que o volume de negócios nos seus setores de atuação aumente e 64% acreditam que a lucratividade também vai melhorar.
“Pode-se perceber que os empresários enxergam um potencial de melhora no cenário econômico brasileiro e, por isso, pretendem investir no crescimento de suas empresas no país”, aponta o diretor executivo da Swedcham, Jonas Lindström.
Segundo a pesquisa, a maioria das empresas (62%) acredita que o ano de 2019 foi regular para negócios no País, enquanto 21% se mostraram satisfeitas ou muito satisfeitas com o ambiente de negócios, uma queda com relação ao ano anterior que registrou 41%, mas ainda assim superando a percepção negativa de 17%.
“Este resultado pode ser reflexo da mudança de metodologia para a questão sobre o clima de investimentos. Até 2018 as empresas precisavam avaliar o cenário escolhendo de 1 a 10 e este ano elas precisavam definir um valor de 1 a 5, o que as permitiu definir o cenário com uma perspectiva mais mediana” explica o executivo. “Esta alteração é parte da iniciativa para aplicar a pesquisa globalmente em 2020 com uma única metodologia” complementa.
Ainda assim, o relatório chama atenção para um ano positivo financeiramente nas empresas, no qual 60% apresentaram lucratividade, e apenas 17% tiveram perdas e 2% grandes perdas.
As empresas suecas participantes do estudo são, atualmente, responsáveis pela geração de 31 mil empregos diretos e mais de 100 mil indiretos no Brasil. Presentes em mais de 20 setores da economia local, 82% das empresas entrevistadas possuem mais de 500 funcionários em todo o mundo, indicando que o Brasil é um mercado atraente para companhias com grande potencial de criação de emprego.
Ainda que 27% delas tenham diminuído o número de empregados em 2019, o panorama futuro se mostra positivo, quando mais de 59% destas afirmam que querem aumentar seu quadro de funcionários em 2020.
No contexto de desenvolvimento, o otimismo se confirma com resultados que mostram que 49% das empresas consideram expandir seus negócios para outras regiões do país nos próximos três anos (em 2018, eram 45%), principalmente para o Nordeste e Sul (diferentemente do ano passado, onde o foco foi o Nordeste e Centro-Oeste).
O grande desafio nesta área permanece no aumento da presença das mulheres em cargos de comando dentro das organizações. Hoje, elas representam um terço da força de trabalho e apenas 6% das empresas têm mais mulheres do que homens em posições de liderança.
A avaliação das empresas também considerou os aspectos políticos atuais. Ainda que a análise do ano corrente indique que a instabilidade política seja citada como ponto negativo por 75% das entrevistadas, 62% considera que medidas tomadas pelo governo favoreceram o investimento estrangeiro no Brasil e 52% projetam mais investimento para o próximo ano.
A Reforma Tributária foi citada 30% das vezes como um tema crucial para o progresso e desenvolvimento no próximo ano. Outra questão importante, que pode ser considerado relevante para o crescimento da atuação sueca no país, é o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, em que 90% das empresas se posicionam a favor.
“Quando realizamos a última pesquisa, em novembro de 2018, havia um grande otimismo, principalmente pela esperança de uma economia reformista. A nossa percepção é que muitas expectativas não foram atingidas no primeiro semestre, o que gerou certo desânimo. Porém, essa nova pesquisa mostra que o otimismo vem crescendo novamente. Mais uma vez os suecos mostram que seu comprometimento com o país continua mais fortalecido ainda”, finaliza Jonas Lindström.
Imagem: iStock
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