A pandemia de Covid-19 tem impacto positivo no tráfego de redes, nos serviços baseados em nuvem e conteúdo, que representam oportunidades para o mercado B2C e B2B. O novo normal deve acelerar o processo de transformação digital das empresas. Mas, apesar disso, o mercado de telecom na América Latina deve enfrentar uma desaceleração de US$ 4,3 bilhões, segundo dados da IDC.
Os estudos da consultoria indicam que 39% das empresas no mundo devem investir mais no mercado de telecom em 2020, mesmo em situação de pandemia. Já 25% afirmam que a Covid-19 não causará impacto nos investimentos e 36% devem reduzir seus investimentos no setor. Na América Latina, 35% das empresas vão investir mais com a pandemia, 22% acreditam que não haverá impacto em seus investimentos e 43% devem reduzir os gastos em telecomunicações.
Neste período de quarentena, o aumento do tráfego foi de 30% em redes fixas e 10% em redes móveis, de forma geral dividido em 67% por consumidores e 33% por empresas.
No Brasil, os impactos da crise chegam até aos planos de implementação do 5G. “A previsão para o mercado é de suspensão de testes da rede 5G, adiamento do leilão devido ao cenário econômico, mas com implementação da tecnologia prevista para o primeiro trimestre de 2021”, prevê o gerente de telecomunicações da IDC Brasil, Luciano Saboia.
Nos serviços de telecomunicações, os impactos positivos são: aumento no tráfego das redes de dados de cerca de 40%, adoção de serviços não tradicionais, como cloud e soluções de comunicação e colaboração, e aceleração do teletrabalho.
Já os impactos negativos são a paralização de projetos e a receita média do cliente (ARPU) de rede móvel e fixa. “Durante o isolamento social a banda larga é uma possibilidade de entretenimento familiar, de estudar e desempenhar atividades remotamente em regime de home office. No Brasil, para aqueles que não possuem o serviço de banda-larga em suas casas, os smartphones são a única oportunidade de interface digital, até mesmo para receber os auxílios do governo, o que reforça a importância do setor e dos serviços de telecomunicações”, explica Saboia.
A IDC prevê que até 2023 o tráfego de dados em redes fixas deve aumentar 10,8%, enquanto em redes móveis, 29,2%.
Para 2025, a expectativa é de que a quantidade de dados para dispositivos de IoT seja quintuplicada. De acordo com Saboia, “70% do tráfego serão gerados por câmeras, drones, sistemas de navegação, dispositivos de saúde, entre outros.
Para os operadores de TI, a IDC afirma que as oportunidades estão em soluções de segurança, segmento que deve continuar forte até o final deste ano, com demandas de atualização da infraestrutura, de monitoramento de aplicativos críticos, implementação de soluções de SD-WAN, integração e proteção de pagamentos digitais, soluções de autenticação, entre outras. Soluções de comunicação e colaboração também são oportunidades para os operadores de TI e a adesão desses serviços deve aumentar 53% neste ano.
Foto: Getty Images
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