Nesses tempos desafiadores, os investimentos das indústrias em automação e tecnologia se tornam cada vez mais fundamentais para ganhar competitividade, porém, por conta conta dos inesperados acontecimentos de 2020, manter investimentos não tem sido fácil para ninguém.
Ainda assim, mesmo com a crise gerada pela pandemia do coronavírus, o Índice de Automação do Mercado Brasileiro 2020 – que mensura o nível de automação de empresas dos setores de indústria, comércio e serviços – atingiu a marca de 0,267, apontando um crescimento de 3% em relação à 2019. Desde quando começou a ser mensurado, em 2016, o índice registrou uma expansão de 7%.
No recorte considerando apenas as indústrias, o crescimento foi um pouco menor, com o índice chegando a 0,305, uma expansão de 2% na comparação com 2019. Em quatro anos, o crescimento foi de 4%.
O Índice de Automação do Mercado Brasileiro é elaborado pela GS1 Brasil em parceria com a GfK e apresenta dados sobre a automação em três frentes: consumidores, indústria e comércio e serviços e é medido em uma escala de 0 a 1. O indicador ajuda o mercado a identificar os gargalos da operação e em quais áreas as empresas devem investir em tecnologia para aumentar a competitividade e a produtividade.
Em 2020, o Índice de Automação da Indústria foi de 0,305, um crescimento de 2% em relação a 2019
Para construir o Índice de Automação da Indústria, são realizadas análises em seis dimensões: fábrica, atendimento, experiência do cliente, logística, sistemas e colaborador. Neste ano, em razão dos impactos da pandemia, foi feito em conjunto com o estudo regular um levantamento para avaliar a intenção de investimento em automação.
Acompanhe, a seguir, os principais resultados do Índice de Automação de Indústrias 2020.
Em média, as indústrias pesquisadas possuem cinco linhas de produção, sendo que 68% delas são automatizadas. As máquinas mais utilizadas são:
Entre as soluções tecnológicas relacionadas à logística, o Índice de Automação aponta que as mais usadas são:
Outros processos também ganham destaque pela adesão à automação, a exemplo da rastreabilidade do produto na cadeia de abastecimento, realizada por 61% das indústrias.
O estudo mostra que 74% das indústrias utilizam soluções tecnológicas para gestão, sendo que, deste total, 89% são adquiridas no mercado, também conhecidas como soluções “de prateleira”. O sistema de gestão está cada vez mais integrados com outras áreas da empresa, como:
Além disso, 84% de indústrias possuem sistemas para evitar furtos e fraudes, e 31% fazem licitação on-line. Outro sistema que se destacou em 2020 foi o uso de CRM (Customer Relationship Management) que passo de 32% das empresas em 2019 para 36% em 2020.
A URA (Unidade de Resposta Audível) tem sido bastante adotada por empresas de todos os setores, tanto no comércio e serviços como na indústria. Essa solução apoia o atendimento ao cliente via atendimento eletrônico, sem que um colaborador seja acionado.
De acordo com o indicador da GS1 Brasil, a URA faz parte da realidade das indústrias, já que das 85% delas possuem um canal de atendimento ao cliente, e, deste total, 25% usam a URA.
Entre as empresas que contam com canal de atendimento:
Sistemas para monitorar o comportamento de compras dos clientes são adotados por 10% das indústrias, revelando que setor está atento à importância da experiência de consumo. Para ajudar nesta tarefa, as indústrias também usam recursos tecnológicos como: câmeras (89%), sensores (27%), sinal de celular (14%) e rastreadores (13%).
O estudo revela que 80% das indústrias usam os dados obtidos por meio do monitoramento para direcionar ofertas, 22% compartilham as informações de comportamento de compra entre os canais de vendas e 14% usam os dados para fazer a identificação do perfil dos consumidores.
As atividades dos colaboradores são monitoradas eletronicamente por 29% das empresas entrevistadas. Entre as soluções mais utilizadas para esse objetivo estão:
De acordo com os resultados do estudo da GS1 Brasil, cerca de 43% das indústrias ainda estão retendo os investimentos em automação por conta da instabilidade econômica gerada pela pandemia.
Entretanto, quando voltarem a investir, as apostas estarão centradas na modernização das fábricas, como mostram os dados a seguir:
O Índice de Automação do Mercado Brasileiro e Consumidores é elaborado pela GS1, com o apoio metodológico da GfK, e apresenta dados sobre a automação em três frentes: consumidores, indústria e comércio e serviços. Criado em 2016, o indicador é divulgado anualmente.
O índice é construído após quatro trimestres de diagnóstico, com base na análise de vários aspectos da automação, e é representado por um número com intervalo de 0 a 1.
No recorte que considera as indústrias, são avaliadas seis dimensões para representar a automação: fábrica, atendimento, experiência do cliente, logística, sistemas e colaborador.
Para o estudo de 2020, foram realizadas 1.980 entrevistas, com maiores de 18 anos, responsáveis pelo processo de automação da empresa, com mais de seis meses no cargo em pequenas, médias e grandes empresas de todo o Brasil. A margem de erro da pesquisa é de 2,2%, com intervalo de confiança 95%.
Foto: Getty Images
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