Muito se fala sobre a importância do uso de inteligência de dados em diversos segmentos. Apesar da massificação desse conceito nos negócios, ele ainda é pouco aplicado, principalmente nas Pequenas e Médias Empresas (PMEs), mesmo com a crescente oferta por novas tecnologias e ferramentas.
Segundo dados da Forrester, entre 60% e 73% das informações que as empresas têm em seus sistemas não são usadas em sua análise de dados.
Entretanto, companhias movidas a dados superam amplamente seus pares em várias medidas financeiras, obtendo 70% mais receita por funcionário e gerando 22% mais lucros, de acordo com o relatório do Capgemini Research Institute intitulado “The data-powered enterprise: Why organizations must strengthen their data mastery” (em tradução livre, “Empresa movida a dados: por que as organizações devem fortalecer seu domínio de dados”).
Mas o que é inteligência de dados e como a PMEs podem orientar a ciência de dados como ferramenta para estruturar estratégias e sustentar as tomadas de decisões?
Claudio Bruno, da Cortex. Foto: divulgação
Em entrevista concedida para o Portal de Notícias da GS1 Brasil, o diretor de inovação e evangelismo da Cortex, Cláudio Bruno, explica que a inteligência de dados consiste em analisar informações de maneira otimizada e favorável à geração de insights que orientam as empresas a tomarem decisões mais assertivas. “Para isso, eles devem ser agrupados, categorizados e analisados de forma que possam gerar valor e significado”, destaca.
Para uma PME que tem o objetivo de crescer e se tornar uma grande empresa, a inteligência de dados pode ajudar tanto a melhor se estabelecer no mercado, quanto a compreender, de forma mais efetiva, as necessidades dos atuais e potenciais consumidores, ampliando oportunidades de venda.
“É um investimento que precisa ser feito, mas que se paga com uma tomada de decisão muito mais estratégica e que, de fato, gera retorno em termos de resultado. Ter inteligência de dados para, por exemplo, entender quem tem mais propensão de comprar da sua empresa, quem tem realmente a dor que o seu negócio resolve, é algo que pode alavancar as vendas e permitir que essa empresa alcance seus objetivos de crescimento de forma mais rápida, inteligente e precisa”, destaca Bruno.
“Não é necessário ser uma empresa grande para trabalhar com o conceito de inteligência de dados. As PMEs devem se beneficiar disso. Para quem trabalha no mundo digital ainda é mais prático, principalmente via Google ou redes sociais, que trazem diversas ferramentas muito simples de consultar. Também é possível coletar dados externos, utilizando, inclusive, muitas fontes gratuitas”, explica o professor da ESPM São Paulo, André Insardi.
Esdras Cândido, da Orys. Foto: divulgação
Para o VP de Produtos e Serviços da Orys, Esdras Cândido, já faz algum tempo que a inteligência de dados deixou de ser novidade e passou a ser encarada como componente indispensável na estratégia de vendas de qualquer empresa B2B de grande porte, em qualquer lugar do mundo.
“No entanto, esse recurso demorou a chegar ao cotidiano das pequenas e médias empresas, que só agora perceberam que podem e devem se beneficiar das vantagens competitivas que essa tecnologia traz para os negócios, sobretudo nas estratégias multicanal. Uma vez o dado coletado e analisado, é possível identificar características quanto aos costumes, os comportamentos e às preferências do seu cliente potencial e, certamente, a PME estará mais próximo dele, sendo capaz de prever as reais necessidades e expectativas sobre um determinado serviço ou produto ofertado”, explica Cândido.
À medida que a tecnologia avança e mantém a população cada vez mais conectada, cresce também a quantidade de dados disponíveis sobre clientes atuais e potenciais. Porém, o desafio será cada vez maior em alcançar mais eficiência no uso dessas informações.
“Nesse contexto, a inteligência de dados é fundamental para empresas criarem um processo analítico que ajude a transformar dados em insights. Ao conseguir isso, é muito mais fácil tomar decisões mais assertivas, definir estratégias mais eficazes, oferecer produtos e soluções personalizadas, entre outras vantagens”, destaca Bruno.
Cândido vai ainda além é diz que, hoje, não utilizar a inteligência de dados significa “entregar o jogo” para os concorrentes.
“A prática é adotada por todos os líderes de mercado, justamente devido aos benefícios que acarreta para o negócio. Em um cenário dinâmico e com mudanças rápidas, como o atual, tomar decisões baseadas em dados é a única maneira de adotar estratégias eficientes e estar à frente dos concorrentes”, reforça.
Com a transformação digital totalmente em alta, ser uma empresa adaptável é imprescindível. A partir do tratamento das informações, é possível transformar dados brutos em insights e encontrar informações decisivas para o negócio.
Para isso, os especialistas entrevistados pelo Portal de Notícias da GS1 Brasil listaram com quais ferramentas as empresas podem começar. Confira!
É importante para a PME analisar algumas variáveis, como o tamanho do negócio e os desafios que ele tem.
Mas, independentemente dessas variáveis, o importante é começar de alguma forma. Seja com uma planilha, seja com ferramentas gratuitas, de uso mais limitado, ou não.
Se a ideia é gerar inteligência e ter um processo estruturado de transformação de dados brutos em insights de negócio, ferramentas com mais recursos são de grande valia.
Ainda mais quando existe um volume grande de dados, o trabalho manual ou com ferramentas gratuitas se tornam muito limitados e até mesmo inviáveis.
Entre as principais ferramentas de inteligência para as empresas que desejam começar a utilizar agora estão as da Cortex, Google Data Sutdio, QlikView, Power Bi e Tableau.
Foto: iStock
Estudo mostra que empresas movida a dados são 22% mais lucrativas
Send this to a friend