Em 2020, diante da pandemia, o mundo estava mais triste, com mais raiva, mais preocupado e mais estressado do que nos últimos 15 anos. Essas são algumas das conclusões do relatório global de emoções feito pela empresa norte-americana de pesquisas Gallup.
O levantamento, realizado em 115 países, pediu para que os entrevistados relatassem cinco experiências negativas específicas no dia anterior. E as respostas foram preocupantes: 40% deles disseram ter experimentado preocupação ou estresse; e 29% experimentaram dor física (29%). A tristeza (27%) e a raiva (24%) também foram relatadas.
Ivana Ramos, da Brascoaching. Crédito: divulgação
E, infelizmente, essas estatísticas se refletem no ambiente dos negócios, tornando a inteligência emocional um tema prioritário no ambiente corporativo. O psicólogo e pesquisador Daniel Goleman define esse conceito como “a capacidade de identificar nossos próprios sentimentos e dos outros, de nos motivarmos e gerirmos os impulsos dentro de nós e em nossos relacionamentos.”
“Sua tese é de que todas as emoções são prioritárias para a manutenção da vida, com a consciência de que não podemos controlar o que sentimos, mas, sim, escolher o que fazer com os nossos sentimentos”, resume a fundadora da Brascoaching – empresa de treinamento e desenvolvimento de pessoas e negócios, Ivana Ramos.
Akiane Akiko, coautora do livro Código da Mente Empreendedora. Crédito: divulgação
Quando um empreendedor ou líder não tem a inteligência emocional equilibrada, os negócios fatalmente são impactados. “A falta de clareza e planejamento traz um impacto direto na liderança, pois, na prática diária, surgem problemas não previstos que, por vezes, fogem do controle administrativo, e somente uma gestão equilibrada de emoções trará soluções assertivas para minimiza os possíveis impactos”, analisou, em entrevista ao Portal de Notícias da GS1 Brasil, a coautora do livro recém-lançado O Código da Mente Empreendedora Revelado – As Características Comportamentais do Empreendedor Protagonista, Akiane Akiko.
Ela reforça que ter clareza de onde está e para onde está indo, prevendo os riscos do negócio, é de extrema importância para potencializar os resultados. “Um bom planejamento e gestão emocional podem ser decisivos para diferenciar os “peixes grandes dos pequenos”, que nem sempre sobrevivem nesse mar aberto da concorrência”, acrescenta a especialista.
Apesar de toda a importância da inteligência emocional para alcançar bons resultados, para muitos, o tema ainda é tratado com um certo tabu. “Infelizmente, a busca por terapia ainda está associada à vulnerabilidade e eloquência de um indivíduo, segundo crenças sociais. Logo, muitos empresários, controlados por um ego dominante não cedem. Consequentemente, assumem o risco e inevitavelmente sofrem com os ineficientes resultados”, adverte Akiane, que também é coach formada em Neurociência Clínica Terapêutica, Professional Coach de Inteligência Emocional e healer pelo ThetaHealing® Institute of Knowledg.
E quando o corpo está em desequilíbrio, os sinais começam a surgir, sendo a ansiedade e estresse os mais comuns de serem observados. “Essa condição de saúde a longo prazo pode trazer danos irreversíveis. Entre eles, o Burnout, o Transtorno Afetivo Bipolar, a Depressão Crônica, os problemas cardíacos, entre muitas outras doenças que podem trazer sintomas como falta de ar, palpitação, sudorese, dores de cabeça, insônia, apatia, mudança de humor, boca seca irritabilidade, pressão alterada, doenças gastrointestinais, dermatites e queda de cabelo. Na ausência de um acompanhamento médico, o corpo pode se debilitar, levando a danos no Sistema Nervoso Central (SNC)”, enumera a especialista.
Felizmente, para a humanidade, existem muitas maneiras de treinar a inteligência emocional por meio da prática contínua. A fundadora da Brascoaching, Ivana Ramos, fornece algumas delas. Acompanhe:
Para líderes ou empreendedores que buscam aliviar o estresse e reativar o equilíbrio, a atividade física pode ser uma ótima área de escape, com benefícios para a saúde física e mental.
“A prática promove liberações hormonais que favorecem o equilíbrio do cortisol, hormônio relacionado ao equilíbrio do estresse, trazendo a sensação de bem-estar mental e, consequentemente, físico devido a dosagem de endorfina, serotonina, entre outros neurotransmissores que favoreceram o sono. O que muitas vezes você só consegue regular com benzodiazepinicos (medicamentos de uso controlado para regular ansiedade, depressão e estresse)”, lembra Akiane, destacando, inclusive, o papel dos esportes radicais.
“O esporte radical, além de proporcional à condição hormonal da atividade física, enaltece a autoconfiança. Quando você encara seus medos e enfrenta o desafio que o esporte propõe, consegue elevar o seu nível de consciência e promover o poder mental (força e determinação)”, justifica a coautora.
Além da terapia e da atividade física, Akiane fornece alguns outros caminhos para alcançar equilíbrio mental. Entre eles, buscar autocuidado; ampliar o autoconhecimento; buscar novas habilidades; e visitar um médico periodicamente.
O livro Código da Mente Empreendedora Revelado – As Características Comportamentais do Empreendedor Protagonista, coordenado pelo CEO da Brascoaching, Moisés Ribeiro, e que contou com a participação de 30 coautores especialistas em suas áreas.
A obra baseada em um estudo da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada pelo pesquisador americano Dr. David Maclelland, da Universidade de Harvard, com o objetivo de mapear o conjunto de características que compõem empreendedor de sucesso.
Entre esses pilares, estão autoconhecimento; saúde mental e física, autoconfiança, capacitação, planejamento, adaptação, persistência, liderança, otimismo, conexão espiritual e gratitude. Para mais informações sobre o livro, clique aqui.
Fotos: iStock/divulgação
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