Dispositivos e outros aparelhos conectados em rede e facilmente acessados por meio de uma conexão com a internet: essa é uma definição simples para a Internet das Coisas (IoT).
Este conceito, de ‘coisas’ conectadas à internet, tem se disseminado de forma global e ganhado força extra nesta pandemia.
Paulo José Spaccaquerche, da Abinc. Crédito: divulgação
Em entrevista ao Portal de Notícias da GS1 Brasil, o presidente da Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC), Paulo José Spaccaquerche, revelou que até 2026, segundo dados da ABI Research, o mundo terá algo perto de 23 bilhões de conexões.
“Outro relatório, da Transformer Insight, aponta que, entre 2019 e 2030, haverá 24,1 bilhões de itens conectados”, acrescenta.
E o distanciamento social provocado pela Covid-19 fez com que muitas empresas adotassem o home office entre seus colaboradores, ação que foi favorecida por este conceito.
“A IoT foi fundamental para controlar o horário de trabalho das pessoas pelo ponto digital e até mesmo apurar horas extras”, acrescenta o VP Global da Stefanini, Ailtom Nascimento.
Na saúde, os ganhos também foram diversos. A começar pelos esforços governamentais em controlar a pandemia.
“O Estado de São Paulo, por exemplo, usou o sinal do celular da população para visualizar onde existia aglomeração via mapas de calor”, exemplificou Nascimento.
A população também foi favorecida por esta conexão. “Vimos dispositivos médicos, de checkup, e apps diversos capazes de transmitir dados sobre o paciente e transmiti-los ao médico via telemedicina. Já na área de mobilidade urbana, presenciamos ônibus e metrô usando IoT para controle de higienização dos veículos. Esses são alguns exemplos de tecnologias antecipadas com a pandemia”, sinaliza o especialista da Stefanini.
VP Global da Stefanini, Ailtom Nascimento. Crédito: divulgação
Apesar de o calendário de vacinação para a Covid-19 já está em andamento, a imunização de toda a população deve continuar ao longo do ano, exigindo que o distanciamento social continue.
Nesse sentido, os benefícios extraídos pela aceleração da IoT devem persistir e serem cada vez mais aplicados.
“O que o isolamento pela Covid-19 trouxe uma necessidade das empresas ampliarem os investimentos em tecnologia. Portanto, o que teremos para 2021 são apostas em cloud e equipamentos de rede; sistemas, como softwares de gestão; ferramentas de costumer marketing; treinamentos via EaD para os colaboradores; entre outros. E a IoT abraça todos eles”, comenta o executivo da Abinc.
E enquanto a Covid-19 continuar, os modelos de trabalho presenciais ou híbridos poderão contar com o suporte da Internet das Coisas.
“Já existem dispositivos capazes de controlar aglomerações, por meio de alertas, permitindo a entrada escalonada de pessoas nos ambientes e soluções medir a temperatura de cada indivíduo, só para citar alguns exemplos. Todos esses dispositivos podem ser usados em larga escala”, exemplifica Nascimento.
Para que a IoT tenha passe por uma aceleração ainda mais expressiva, um gargalo que precisa ser vencido no País é o 5G.
“Se vamos fazer o inventário num armazém, por exemplo, precisa-se que a leitura seja realizada em tempo real e forma constante, sem oscilações. Portanto, quando não existe velocidade e constância na internet, as soluções IoT ficam prejudicadas”, afirma o VP Global da Stefanini.
Mesmo com os gargalos que possam ocorrer, o Brasil tem um cenário promissor dentro deste mercado. “Se até 2030 tivermos 24 bilhões de itens conectados, cerca de 10% desse número seria representado pelo País”, calcula o presidente da ABINC.
Assim, este segmento deve crescer expressivamente, sempre apoiado em soluções facilitadoras na vida das pessoas. “Seja pelo celular ou via sensores, esse mercado só tende a crescer em todos os segmentos”, finaliza Nascimento.
Brasil tem oportunidade para fazer o futuro da IoT
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