Estimular a integração e a sincronização automática da cadeia de suprimentos, fortalecendo a relação entre indústria, varejo e distribuidor. Essa é a missão da Neogrid, que nesta pandemia viu a necessidade de automação e tecnologia aumentar consideravelmente, dando mais fôlego para a companhia expandir sua atuação no mercado.
Fundada em 1999, a Neogrid é uma companhia brasileira que oferece vários tipos de soluções para a gestão automática da cadeia de suprimentos. A empresa atende redes do varejo, indústrias e distribuidores dos setores de bens de consumo, farma, eletro, construção e moda. Pela malha da Neogrid circulam dados de toda a supply chain – são cerca de 1,5 milhão de documentos processados diariamente.
Sede da empresa em Joinville – Foto: Divulgação
Com sede em Joinville (SC), a companhia possui filiais em São Paulo (SP) e Porto Alegre (RS) e nos últimos anos reforçou sua presença internacional abrindo operações em Chicago e Miami (Estados Unidos), Amsterdã (Holanda), Londres (Reino Unido) e Tóquio (Japão). “Queremos potencializar os projetos que temos fora do País. Estamos num momento de crescimento”, diz o diretor de marketing da Neogrid, Rodrigo Leão.
A pandemia da Covid-19 impactou de maneira negativa os setores de moda e produtos esportivos, áreas em que a Neogrid atua, mas, por outro lado, aumentou a demanda por soluções tecnológicas em outros segmentos.“Temos capilaridade em vários setores, inclusive naqueles considerados essenciais neste momento, como agronegócio, bens de consumo e farma. A pandemia fez com que os negócios repensassem a questão da tecnologia e aumentassem a procura por soluções, tanto que a Neogrid bateu recorde de vendas comparada com outros anos”, afirma Leão.
A Neogrid acredita que a sincronização automática da cadeia de suprimentos pode ser viabilizadas quando as empresas utilizam os dados da demanda real, ou seja do sellout, quando o shopper faz a compra do produto no varejo. Esse é o mindset que orienta o desenvolvimento das várias soluções da empresa.
Rodrigo Leão, da Neogrid – Foto: Divulgação
“Antes era comum fazer a previsão de vendas com base no histórico, mas isso caiu por terra na pandemia. Não adianta olhar para o passado, mas para o que acontece no presente”, comenta o executivo. Além disso, empresas que operam com uma grande quantidade de SKUs precisam dispor de tecnologia para fazer gestão dos produtos e utilizar os recursos com mais inteligência.
Tendo essas questões em vista, uma das soluções da Neogrid que se destacam é a Demand Activation, que utiliza Inteligência Artificial (IA) para analisar a demanda presente, possibilitando trabalhar de maneira mais colaborativa, melhorar a positivação e o mix e ter dados para orientar as oportunidades de negócios.
Outra ferramenta é a DDR, também baseada na demanda real e que apoia o processo de reposição de estoque. “Com essa solução, o varejista, a indústria e o distribuidor conseguem analisar o que têm dentro de casa. A ferramenta já indica os produtos com baixo movimento, acima de 60 dias de estoque, e aqueles que não movimentam de jeito nenhum. Hoje, nas mais de 45 mil lojas do varejo monitoradas pela Neogrid, observamos que 27% do que elas têm em estoque são os produtos de baixo movimento”, comenta Leão.
A DDR tem, ainda, a funcionalidade do pedido perfeito ou inteligente, que utilizando IA mapeia as movimentações de cada SKU e sugere a quantidade exata de produtos que o varejista ou distribuidor devem comprar da indústria, a fim de evitar falta ou excesso de itens.
As soluções da Neogrid também possuem outros recursos que auxiliam, por exemplo, na execução no ponto de venda. Na prática, o sistema envia para o encarregado da loja, via app de smartphone, as ações que devem ser feitas para resolver falhas, como verificar se um determinado produto está no estoque, repor a mercadoria que falta na gôndola, incluir preço na prateleira, etc.
No Brasil, cerca de 42% das transações via EDI, ou troca eletrônica de documentos, passam pela Neogrid. Em 2020, a companhia fez um novo investimento nessa área.
Em cocriação com a empresa Fast Channel, especializada em vendas digitais, desenvolveu uma solução de e-commerce B2B com EDI integrado. “Antes era comum ter os representantes comerciais, mas com a Covid-19 e a necessidade de isolamento social, as empresas precisaram vender remotamente. Então, por trás da plataforma de e-commerce B2B integramos a nossa solução de EDI para fazer a transação do pedido, a gestão do transporte e emitir as notas fiscais. Essa é uma tendência que já existia, mas potencializamos no mercado”, conta Leão.
Outra novidade é que a Neogrid lançou durante a pandemia uma solução de sourcing com o objetivo de atender à busca do varejo por fornecedores. O varejista tem acesso a um portal de fornecedores e de gerenciamento de contratos, que ajuda a aumentar a produtividade em compras complexas. De acordo com Leão, a Neogrid fez a aquisição de uma empresa com expertise nessa área para lançar a nova ferramenta.
“O sourcing potencializa o número de fornecedores para o varejista, considerando qualidade, prazo de entrega e preço. Acreditamos muito nessa ferramenta para um futuro próximo”, aposta o diretor da companhia.
Para a Neogrid, a colaboração entre as empresas é fundamental para a cadeia de suprimentos fazer as movimentações de produtos de maneira adequada, sempre com o apoio da automação e das novas tecnologias, como a Inteligência Artificial.
Essa visão ampla e integrada da supply chain é um dos pontos em comum entre as soluções desenvolvidas pela Neogrid e a atuação da GS1 Brasil no mercado nacional.
“Como a Neogrid trafega muitas informações, o trabalho da GS1 é fundamental para que os dados sejam padronizados. Você só consegue automatizar toda a cadeia de suprimentos em cima de demanda do consumidor e isso só ocorre quando todas as informações têm o crivo de uma entidade como GS1, que estabelece uma estruturação e uma padronização dos dados dos produtos”, afirma Leão.
No Centro de Inovação e Tecnologia (CIT), da GS1 Brasil, em São Paulo (SP), é possível ver uma demonstração de como funciona a solução da Neogrid.
Foto de abertura: Getty Images
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