As caixas de papelão são utilizadas por praticamente todos os setores da economia, tanto por empresas B2B ou B2C, possibilitando a movimentação do produto por várias etapas da cadeia de abastecimento e garantindo sua integridade para que chegue intacto ao destino. Dada a importância da embalagem de papelão na logística, sua empresa conhece os cuidados que devem ser tomados com este tipo de material?
Renato Larocca, da SIDE – Foto: Divulgação
A reportagem do Portal de Notícias GS1 Brasil conversou sobre o assunto com Renato Larocca, que possui mais de 20 anos de experiência no setor de embalagens, com atuação em importantes indústrias do mercado brasileiro e fornecedoras de embalagens. Ele é diretor da consultoria SIDE (Sistema Integrado da Diversidade de Embalagens) e ministra cursos sobre o tema.
Confira cinco dicas e insights do especialista para otimizar o uso das embalagens de papelão nos processos de movimentação, armazenagem e transporte, evitando perdas e reduzindo custos.
Muitas vezes, as empresas não dão a devida atenção para o dimensionamento das embalagens primárias (que ficam em contato direto com o produto), ocasionando paletizações com baixos aproveitamento de área e volume.
Por isso, é fundamental entender o sistema de embalagem. Isso significa que o planejamento já começa no desenvolvimento da embalagem primária. Depois, no desenvolvimento das caixas de papelão ondulado, também devem ser levados consideração pontos como: Qual tipo de produto será colocado na caixa de papelão (pesado, leve, com risco de quebra, etc.)? Como a caixa será manuseada? Qual tipo de transporte será utilizado? A empresa vai utilizar um sistema automatizado ou manual para fechar a caixa?
“O profissional responsável pelas embalagens da empresa deve conhecer todas essas características”, destaca Larocca.
Toda empresa busca otimizar custos e quando o assunto é embalagem não é diferente. Por isso, a dica é fazer a unificação de caixas. “Às vezes, a empresa tem vários formatos e tipos de embalagens de papelão. Geralmente, é possível reduzir as opções e, com isso, os custos”, destaca o diretor da SIDE.
Essa estratégia possibilita diminuir o estoque de embalagens e o custo de produção da mercadoria. “O ideal é pensar nessa solução em conjunto com o fornecedor da embalagem que, ao entender as necessidades e os processos da empresa, pode sugerir maneiras inteligentes de reduzir os custos. É preciso existir uma parceria saudável entre empresa e fornecedor de embalagem”, ressalta Larocca.
Mais do que um suporte, o palete influencia em toda a movimentação de caixas de papelão. “É preciso conhecer o fornecedor, o tipo de madeira e até mesmo o prego utilizado. Existe uma responsabilidade, pois problemas com os paletes podem danificar a caixa de transporte e até mesmo o produto”, alerta
Outro ponto importante é dimensionar a quantidade de caixas de transporte que cabem em um palete, buscando otimizar, ao máximo, os espaços de armazenagem e transporte. “O palete tem limitações de altura e peso. O caminhão, por exemplo, não carrega um palete com altura ou peso que excedam sua capacidade”.
Assim, a dica é, de acordo com a característica do produto, diminuir o tamanho das caixas de transporte (às vezes, alguns milímetros já bastam). “Esse tipo de ajuste é fundamental para a paletização e, às vezes, possibilita colocar até 10% a mais de caixas no mesmo palete”, afirma Larocca. Há softwares que ajudam a fazer esse cálculo e o fornecedor de embalagem também pode auxiliar nesse aspecto.
Alguns cuidados no armazenamento das embalagens de papelão vazias são fundamentais para garantir a qualidade do material. As empresas devem evitar comprar grandes lotes de caixas que vão ficar armazenadas por muito tempo, porque, além de ocuparem muito espaço, podem trocar umidade com o meio e perder a resistência.
O fabricante costuma entregar as caixas vazias em amarrados e paletizadas. Considerando isso, confira mais recomendações de Larocca:
Também é importante incluir a codificação na caixa identificada de maneira clara.
Uma tendência em embalagens de papelão – que está alinhada com os conceitos de economia circular e sustentabilidade – é a Shelf Ready Packaging (SRP) ou embalagem pronta para ir para a prateleira.
“É um tipo de embalagem que já existe em vários países e no Brasil está se tornando cada vez mais frequente, as empresas estão estudando mais essa proposta”, diz Renato Larocca. O principal benefício é que a mesma embalagem é utilizada desde a indústria até o ponto de venda, se tornando um display de exposição. Por conta disso, é possível reduzir custos, utilizando menos matéria-prima e, logo, gerando menos resíduos para descarte.
As empresas também têm adotado o papelão micro-ondulado para as embalagens mais leves, que, neste caso, pode ser paletizado. No entanto, para produtos muito pesados, há soluções que também utilizam o papelão ondulado.
“Existem soluções híbridas, como, por exemplo, uma embalagem na qual a bandeja é de papelão micro-ondulado e a tampa é de papelão para dar resistência de compressão. Neste caso, a embalagem pode ser usada para mercadorias mais pesadas, pois terá resistência suficiente para as várias etapas de movimentação e transporte”, resume Larocca.
Foto: Getty Images
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