Modelo de negócios que surgiu no Brasil em 2012, os marketplaces podem ser considerados como uma espécie de shopping center virtual.
Neles, grandes companhias, como Americanas.com, Magalu, Amazon, Netshoes, Mercado Livre, entre outras, hospedam uma série de outras empresas de menor porte, também chamadas de sellers, que agregam valor ao sortimento e trazem preços competitivos ao consumidor.
Com facilidade de pagamentos e sortimento bastante variado, esse canal de vendas já passou a fazer parte da rotina de consumo do brasileiro.
No País, os 50 top marketplaces na classificação da Ebit|Nielsen cresceram 13% no primeiro semestre de 2019 em relação ao mesmo período do ano anterior, movimentando R$ 17,6 bilhões. O avanço dos marketplaces foi, inclusive, maior do que o das vendas diretas do e-commerce, que aumentaram 12%.
No primeiro semestre de 2019, os marketplaces registraram 36 milhões de pedidos, contra 28 milhões no mesmo período de 2018, com tíquete médio de R$ 489 (confira mais números no final do post).
Felipe Dellacqua, da VTEX – Foto: Divulgação
Nesse cenário, as projeções em relação a este modelo de negócios são positivas. “A expectativa é que deva continuar crescendo entre 12% e 16% nos próximos anos”, aponta o customer success do Anymarket, Leandro Ratz.
Além disso, uma das principais tendências são os marketplaces de nichos, conforme apurou a reportagem do Portal de Notícias GS1 Brasil.
“Hoje, os marketplaces são mais generalistas. Mas agora devem surgir novas experiências, como markeplaces do Brás, com as lojas da região; ou outros, trabalhando categorias específicas, como pescaria ou setor automotivo”, afirma o sócio da multinacional VTEX, Felipe Dellacqua.
Os marketplaces também mostram ser plataformas robustas e em constante evolução para acompanhar as mudanças do mercado e as necessidades do consumidor.
Um exemplo é o Magalu, que lançou neste mês de março o Parceiro Magalu, uma plataforma digital de vendas para ajudar micro e pequenos varejistas e profissionais autônomos a manter seus negócios e obter renda durante o período de isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19.
Leandro Ratz, do Anymarket – Foto: Divulgação
Um dos principais desafios para se tornar seller de um marketplace, é oferecer preço competitivo e condições de pagamento atrativas para o consumidor. “Afinal, nesses canais, há dezenas de lojas vendendo o mesmo produto”, pondera Ratz.
Além disso, é fundamental ter alguma diferenciação e, nesse aspecto, a tendência do omnichannel torna-se cada vez mais forte, vinculando o online e o offline. “Alguns marketplaces, por exemplo, já oferecem a opção de se comprar na loja online e retirar na loja física, trazendo um diferencial na experiência do consumidor”, pontua Dellacqua.
Outro desafio é o padrão de atendimento. “Ao estar hospedado dentro de uma grande empresa, como uma Americanas.com, por exemplo, a empresa, de uma certa forma, usa desse grande nome para vender seus produtos. Então, o que se deve pensar é: como passar uma boa mensagem e não manchar a reputação desta grande empresa?”, analisa o executivo do Anymarket.
Ele lembra, ainda, que se o seller não entregar o que promete, é penalizado pelo marketplace.
Gerenciar o inventário é outro ponto de atenção para aqueles que apostam nesse modelo. “Muitas lojas mantêm um canal de vendas direto e também sua hospedagem em outros marketplaces. Então, é preciso fazer uma gestão de preços, considerar que muitos marketplaces não devolvem o valor do produto à vista. Controlar os estoques para não haver rupturas também é crucial”, alerta Dellacqua.
Apesar dos vários desafios, os benefícios de vender em marketplaces tendem a ser atrativos para os sellers. “Os custos ficam focados para uma boa tecnologia para fazer o negócio ter andamento, mas são inferiores ao que seria o de montar uma loja física, por exemplo”, destaca Dellacqua.
Do ponto de vista das plataformas de markeplaces também é um negócio vantajoso, pois o faturamento delas pode dobrar no período de um ano, segundo Dellacqua. “Essa é uma ótima estratégia para os marketplaces aumentar o mix, com menos custo operacional. É possível, por exemplo, abrir uma categoria de linha branca, sem envolver os custos altos para se disponibilizar esse tipo de produto”.
Outra vantagem é que as responsabilidades são dos marketplaces que hospedam os sellers. “Se o consumidor tiver problemas em algum processo da compra, o marketplace assume esse atendimento”, conta Leandro Ratz.
Para quem pretende atuar ou aprimorar sua atuação em algum marketplace, o portal do Anymarket esclarece algumas dúvidas sobre taxa de comissão, que deve ser paga pelos sellters os marketplaces.
Num exemplo prático, em que se comparam os custos de uma empresa que atua dentro de um marketplace (A) e outra que atua com e-commerce próprio (B).
A empresa B terá, sobre o custo de venda, os seguintes gastos:
Todos estes gastos totalizam uma taxa de 22,5% de custos sobre cada compra.
Se a empresa B vende eletrodomésticos, na venda de uma geladeira de R$ 2 mil, ela terá R$ 1.550 de lucro.
No caso da empresa A, que utiliza o marketplace, estes custos estarão todos inclusos na taxa de comissão de 16% sobre cada venda do marketplace (os serviços e taxas variam de um marketplace para o outro), gerando um lucro de R$ 1.680 na venda da mesma geladeira.
Dados da Ebit|Nielsen, referentes ao primeiro semestre de 2019, mostram um panorama dos marketplaces e como os consumidores online enxergam esse canal. Confira alguns números.
Foto: Getty Images
Magalu lança plataforma digital de vendas para pequenos negócios
44% dos brasileiros pretendem comprar mais no marketplace
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