O comércio eletrônico brasileiro vem registrando crescimento expressivo na quarentena. Pesquisa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) em parceria a com a Konduto, empresa de análise de risco, registrou um crescimento médio de 52% no e-commerce de março a maio de 2020, durante o isolamento social. Neste período, o tíquete médio aumentou de R$ 417,82 para R$ 535,60.
O levantamento analisou mais de 33 milhões de pedidos de produtos feitos no período de 1º de março até 23 de maio em 4 mil lojas virtuais em 16 categorias – artigos esportivos, autopeças, bazar/importados, bebidas, bijuterias e acessórios, brinquedos e jogos, calçados, cosméticos, eletrodomésticos, eletrônicos, farmácia, livraria, moda, móveis e decoração, ótica e supermercados.
Segundo a ABComm, desde o início da pandemia, mais de 107 mil lojas aderiram às vendas pelo comércio eletrônico para continuar vendendo e mantendo-se no mercado. A média mensal antes da pandemia era de 10 mil lojas por mês.
Os setores que estão em alta são: moda, alimentos e serviços. Apesar de a maioria dos setores ter sofrido queda considerável no início do período, o e-commerce vem registrando alta na média de compras diárias, segundo a ABComm.
“Hoje a curva do e-commerce brasileiro já é muito maior do que no início de 2020. O brasileiro voltou a comprar, e o setor registrou crescimento acumulado de 52% de pedidos ao longo dos meses de março a maio”, comenta o presidente da ABComm, Maurício Salvador.
Na análise por categorias de produtos, o estudo destaca a performance do setor de artigos esportivos. No início da pandemia, registrou alta de 211,95% sobre a quinzena anterior. Nas demais fases, as altas em relação aos períodos imediatamente anteriores foram de 0,97%, 2,36%, 42,94% e 24,29%. O tíquete médio, porém, apresentou queda: foi de R$ 280,07 no início de março para R$ 248,01 no final do último período.
O setor de autopeças iniciou a quarentena com queda de 57,95% nas vendas, mas se recuperou nas etapas seguintes com aumentos de 14,49%, 17,09%, 24,65% e 20,93%. O tíquete médio foi de R$ 1.144,78 para R$ 1.205,02.
Já o segmento de bebidas registrou queda maior no começo do isolamento social: 74,62%; e também ficou no positivo nas fases seguintes: 17,22%, 54,27% e 44,64%, terminando o período com uma queda de 2,95%. O valor médio das compras, porém, despencou de R$ 767,21 na primeira semana de março para R$ 414,80, ao final do último período.
Na categoria de brinquedos e jogos, o movimento foi de montanha-russa. Registrou alta de 434,70% na segunda quinzena de março, queda de 37,54% na etapa seguinte, nova alta, agora de 7,01%, e alta novamente de 15,63%, e nova queda de 18,08% na etapa final. O valor médio das compras variou de R$ 239,18 para R$ 146,34.
O setor de calçados também se recuperou depois do desempenho negativo de 6,22% registrado na segunda quinzena de março, obtendo marcas de 6,93%, com 6,45% no período seguinte, saltando para 99,44%. O setor encerrou as quinzenas analisadas com uma queda de 1,62%. O tíquete médio passou de R$ 158 no início de março para R$ 175,69 em maio.
Os eletrodomésticos registraram alta de vendas em todos os quatro períodos da quarentena: 4,47%, 96,66%, 23,54%, 49,29%, respectivamente, e queda de 1,07% na semana final analisada. O valor médio das vendas foi de R$ 690,20 para R$ 655,43.
Nos setores essenciais, o de farmácia iniciou a época de quarentena com alta de 41,56% nas vendas, seguida de uma nova alta de 2,63%. No período posterior, de 9 a 25 de abril, caiu 10,38%, enquanto no seguinte subiu para 6,32%; na semana final avaliada houve uma pequena alta de 3,10%. O tíquete médio das compras era de R$ 129,82 no início de março e subiu para R$ 142,88 na última fase da pesquisa.
As compras de supermercado obtiveram altas sucessivas desde o começo da pandemia. A ABComm apurou elevação de 270,16% no início do isolamento, seguida por aumentos de 1,37%, 14,87%, 38,92% e 0,40%. O valor médio das compras, no entanto, caiu: foi de R$ 269,08 para R$ 253,69.
“O início do período de isolamento gerou bastante incerteza na população, e isso acabou provocando, entre outras coisas, um baque no e-commerce, em diversas categorias. Conforme as pessoas assimilavam a nova realidade, o ecossistema como um todo iniciou um processo de recuperação. Algumas categorias ainda não conseguiram retomar o ritmo de vendas de antes da pandemia, mas outros segmentos, como farmácias e supermercados, estão assumindo novo protagonismo no comércio eletrônico brasileiro. A expectativa, ao menos para as próximas semanas com extensão da quarentena e fechamento do comércio físico, é de que as vendas on-line mantenham a curva de crescimento”, afirma o cofundador e CEO da Konduto, Tom Canabarro.
Foto: Getty Images
Amazon Brasil dá dicas para melhorar as vendas no e-commerce
Send this to a friend