A pandemia global do novo coronavírus trouxe novos desafios para os microempreendedores, que somam 9 milhões no Brasil, além de 38 milhões de trabalhadores informais. Para impulsionar o desenvolvimento econômico e o bem-estar social por meio da gestão e do empreendedorismo, a Fundação Dom Cabral lançou o movimento Pra>Frente, que vai capacitar 1 milhão de empreendedores populares brasileiros.
Desde o início do projeto, já foram mais de mil pessoas, entre voluntários e empreendedores, cadastradas para participar. Por meio do movimento, a FDC também tem articulado junto a grandes empresas doações de recursos que serão destinados ao apoio as organizações sociais. O próximo passo do movimento é a criação de um Fundo de Apoio ao Empreendedorismo com aplicação dos recursos arrecadados na capacitação de microempreendedores, de líderes comunitários e também para incubação de negócios sociais. A Grant Thornton Brasil, uma das maiores empresas de auditoria e consultoria do mundo, prestará serviços de auditoria pro-bono, das demonstrações financeiras do movimento.
O movimento Pra>Frente é composto de cinco pilares principais: (1) Ferramentas; (2) Incentivo e Capacitação; (3) Desenvolvimento do ecossistema; (4) Acesso ao crédito e (5) Rede de prosperidade – voluntários, empresas, organizações sociais e poder público.
As inscrições para apoio e participação como voluntário ou microempreendedor podem ser feitas pelo site: http://prafrente.fdc.org.br/.
Por se tratar de um movimento, o Pra>Frente reúne parceiros entre empresas, organizações sociais e poder público. Um dos parceiros é o G10 Favelas. A ideia é articular uma grande rede voltada à prosperidade social – daí seu potencial de alcance.
O primeiro ciclo do projeto envolveu cerca de 70 empreendedores. Neste período, também foi firmada parceria com o Consulado da Mulher (Whirlpool) para capacitação de mulheres de baixa renda. O projeto Mãos de Maria, da comunidade de Paraisópolis, em São Paulo, também já implementou algumas das melhorias derivadas da parceria e atualmente, 300 mulheres estão sendo inscritas em um programa de gestão e empreendedorismo do movimento.
Segundo Ana Carolina Almeida, Gerente de Projetos da FDC e responsável pelo movimento Pra>Frente, “a iniciativa pretende fortalecer o ecossistema de empreendedorismo brasileiro, contribuindo com a redução das desigualdades sociais no Brasil.”
Embora tenha sido lançado no contexto da pandemia, o Pra>Frente tem foco no futuro, pois vai fomentar conhecimentos que vão impulsionar a transformação e a escalabilidade dos negócios sociais, para que eles progridam durante e após o fim do contexto de isolamento social.
O movimento utiliza metodologia do Banco Mundial para fomento do microempreendedorismo e abrange conceitos como iniciativa, persistência e visão de futuro. Também é utilizada a experiência da FDC com a iniciativa Empreenda, que desde 2016 já apoia microempreendedores sociais.
Outra frente de atuação é o voluntariado. A FDC tem atraído, desenvolvido e engajado profissionais com diferentes áreas para compartilharem sua experiência com os empreendedores. Nas sessões de mentoria, é feita a troca de conhecimentos, suporte na busca de soluções e alternativas para sobrevivência e impulsionamento dos negócios, assim como é oferecido apoio psicossocial. Entre os temas abordados, estão controle de orçamento, controle de fluxo de caixa e precificação.
Foto: Getty Images
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