Para muitos empreendedores ter um negócio ultrapassa o propósito do lucro, os chamados negócios de impacto social buscam associar sua atividade principal ao compromisso de beneficiar a população local.
As possibilidades para os negócios de impacto social são diversas, o conceito está na intenção para a qual o negócio foi criado: ele precisa essencialmente ter sido desenvolvido para resolver questões sociais relacionadas à saúde, educação, justiça, meio ambiente, cultura, entre outros.
Com essa natureza voltada à resolução de problemas, os negócios de impacto social apresentam uma performance positiva diante da pandemia da Covid-19.
De acordo com o 3º Mapa de Negócios de Impacto Social e Ambiental, a maioria desses empreendimentos enxergam a crise como uma oportunidade.
A pesquisa realizada pela Pipe.Social, com apoio do Sebrae, do Governo Federal e de diversas outras entidades, mostra que 52% dos negócios de impacto lançaram produtos e serviços, alcançando novos nichos de consumo no mercado.
Outro dado surpreendente é que as expectativas de vendas para 2021 se mantêm positivas.
A grande maioria (80%) espera superar o faturamento do ano passado.
As principais medidas adotadas pelos negócios de impacto social, para atravessarem os desafios impostos pela pandemia, estão ligadas à transformação digital.
Novas ações de marketing, promoções e publicidade foram aplicadas por 37% das empresas entrevistadas.
20% delas investiram em novos canais de vendas, por exemplo através do Whatsapp, redes sociais ou site próprio de e-commerce.
13% dos negócios optaram por novos modelos de monetização, tais como vouchers, pré-vendas, apoios de fãs, entre outros.
Assim como os negócios tradicionais, aqueles voltados para o impacto social tiveram que reduzir os gastos para se manterem em funcionamento: 25% tiveram que enxugar contas e despesas administrativas, 18% cancelaram planos de expansão do negócio, 13% focaram em captar doações, 10% cancelaram serviços terceirizados e apenas 4% tiveram que demitir funcionários.
Quando se trata das dificuldades enfrentadas pelos donos de negócios de impacto, a queda nas vendas (30%) é o que mais tem causado preocupação.
O acesso recursos e capitais financeiros é o segundo maior desafio, com 25%. Instabilidade da cadeia de fornecedores (18%), cancelamento de contratos (16%) e dificuldade de manter os funcionários (14%) também aparecem como problemas mais recorrentes entre os empreendedores do setor.
Para o analista de inovação do Sebrae, Philippe Figueiredo, a pesquisa é essencial pois irá subsidiar a instituição na elaboração de programas e serviços que estimulem a criação de mais negócios de impacto social no país.
“Os negócios de impacto estão em franca expansão no Brasil e no mundo. O estudo é um grande termômetro de como esse tipo de negócios se comporta no nosso país. A pesquisa é muito completa e traz um perfil dos negócios, que tipo de dor e procura as empresas possuem. Isso é fundamental para o Sebrae desenvolver projetos com os estados para estimular o aumento dos negócios sociais”, afirma.
Phillippe destaca a grande procura pelo curso oferecido pelo Sebrae sobre como criar um negócio de impacto socioambiental. “O material é voltado para incentivar essa vontade de criar negócios que possam transformar realidades. É gratuito, online e já tivemos mais de 20 mil participantes”, diz. As inscrições para o curso podem ser feitas aqui.
Foto: iStock
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