A conversa sobre políticas e melhores práticas de diversidade já é assunto recorrente em muitas empresas nacionais e multinacionais.
O assunto passou a despertar interesse após pesquisas apontarem para os benefícios da diversidade, como inovação, melhores resultados, retenção de colaboradores e maior proximidade com os consumidores.
Muito além das vantagens financeiras, as políticas de igualdade também têm se mostrado fundamentais para a reputação das empresas, tanto para o público interno quanto para o externo.
Para demonstrar o avanço das companhias brasileiras nesse sentido, a CKZ Diversidade, em parceria com a FGV NEOP (Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas) e o GPTW (Great Place to Work), uma pesquisa sobre o tema: o conhecimento sobre as melhores práticas na gestão da diversidade de gênero nas organizações premiadas pelo GPTW em 2019.
O levantamento durou cerca de cinco meses e, ao todo, foram realizadas 86 entrevistas qualitativas com CEOs, executivas e executivos de Recursos Humanos.
Desse total, 72% das entrevistadas são mulheres. Participaram 30 organizações que atuam em diversos setores, como seguros, bancos, bebidas, farmacêuticas, beleza, saúde, turismo e hotelaria, educação, consultoria e varejo.
Das companhias nacionais participantes, 10% foram classificadas como “maduras”, pois contam com ações consolidadas voltadas para inclusão.
Entretanto, 40% estão “em desenvolvimento”, pois a diversidade é algo “natural” e não planejado, simplesmente aconteceu na empresa. Já entre as multinacionais, 27% são maduras e 23% estão em desenvolvimento.
Quando se trata de métricas e equidade salarial, 63% afirmam ter ou buscar a equidade salarial entre homens e mulheres e 53% afirmam acompanhar métricas de diversidade.
A maior parte das organizações também afirmam não possuir diferenças salariais entre homens e mulheres no mesmo cargo, embora admitam que possa haver diferenças quanto ao “tempo de casa”.
As empresas também vêm acompanhando as métricas ligadas à diversidade e analisam, principalmente, a relação entre homens e mulheres em cargos de liderança e gestão; o índice de demissões após retorno da licença maternidade; a distribuição dos funcionários por raça; a distribuição geracional; e PCD’s (pessoa com deficiência), que, devido a cota, é a métrica mais frequentemente acompanhada.
Já a métrica mais desafiadora de acordo com as companhias questionadas é em relação à identificação LGBTIQ+, uma vez que é necessário uma autodeclararão dos colaboradores.
Apenas uma das empresas entrevistadas na pesquisa possui tempo de licença igual para homens e mulheres, incluindo colaboradoras e colaboradores em relacionamentos homoafetivos.
Cinquenta e três por cento afirmaram ter licença paternidade estendida para 20 dias ou mais; e 47% tem licença maternidade estendida para seis meses.
De acordo com os executivos, para transformação desse cenário, a extensão da licença parental enfrenta o desafio de se provar financeiramente, além de barreiras sociais e culturais, que questionam a presença do pai junto ao filho durante o primeiro ano de vida.
Quando questionados sobre as mulheres em cargos de liderança em suas empresas, 73% dos entrevistados afirmam que as mulheres não enfrentam mais barreiras que os homens em suas organizações; 90% não reconhecem que as mulheres precisam se masculinizar para ascender em suas organizações; e 100% não reconhecem o comportamento “abelha-rainha” nas líderes de suas companhias.
O estudo concluiu que o há um entendimento de que o mundo corporativo é exigente com todos os profissionais independente do gênero.
As barreiras identificadas são relativas a maternidade e a necessidade da mulher se ausentar no período da licença, assim como a dupla jornada feminina.
Em alguns casos, preconceitos e casos de assédio também foram citados como barreiras.
Foto: iStock
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