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Pesquisa revela amadurecimento do mercado de fintechs em 2020

A Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs) e a consultoria e auditoria PwC Brasil lançam a pesquisa “Fintech Deep Dive 2020”, produzida com base nas respostas de representantes de 148 fintechs, de diferentes portes e setores, ouvidos entre setembro e outubro deste ano. O levantamento indica que desde 2019, as fintechs vem se diversificando, ampliando os tipos de serviços oferecidos e trabalhando com diferentes públicos.

A terceira edição da pesquisa constatou que a maioria das fintechs brasileiras continua concentrada na região Sudeste, com 66% delas sediadas na capital paulista.

A atuação se tornou mais diversificada: o segmento de créditos, financiamentos e negociação de dívidas é o que atrai mais fintechs (21%), seguido por meios de pagamento (16%), gestão financeira (9%), bancos digitais (9%) e tecnologias como Open Banking e Banking as a Service (7%).

As novidades implantadas no sistema bancário também vêm favorecendo as fintechs: 73% desenvolvem soluções para PIX e/ou Open Banking, com 76% esperando que o retorno dessas duas iniciativas seja recebido nos doze meses seguintes; 13% ainda fornecem um serviço não disponível no sistema bancário.

Mais da metade das 148 fintechs (51%) consultadas atendem empresas, com predomínio das pequenas e médias, enquanto 43% atendem pessoas físicas – sendo que 5% dos clientes das fintechs nunca tiveram acesso a produtos financeiros formais. O foco exclusivo no atendimento a empresas também aumentou de 29% para 40%, indicando uma maior confiança dos clientes corporativos nas fintechs.

A evolução da pesquisa ao longo destes três anos também registra o amadurecimento do mercado: no primeiro ano, as empresas com faturamento inferior a R$ 50 mil anuais representavam 51% das participantes. Atualmente, somam 42%.

Gestão e resultados

Das empresas consultadas, 35% foram fundadas há 5 anos ou mais, com 39% em processo de expansão ou consolidação. Empresas que têm ao menos uma fundadora mulher tendem a ser mais duradouras: das fintechs com 5 anos ou mais, 42% contaram com ao menos uma mulher em sua fundação, contra 29% das fundadas apenas por homens.

Os dados constataram, ainda, que cerca de 60% das empresas pesquisadas financiam suas iniciativas com capital dos próprios empreendedores, não tendo recebido investimentos no ano passado – apenas 36% captaram investimentos em 2019 (contra 53% que receberam investimentos em 2018). Metade das fintechs ouvidas nunca participou de uma rodada de investimentos.

Experiência internacional

Além de receberem investimentos, o mercado estrangeiro é também alvo das fintechs: 24% delas afirmaram atuar no exterior, sendo os principais países México, Colômbia, Argentina, Estados Unidos, Chile e Peru. Dentre as que não atuam, 30% possuem planos de internacionalização, com foco direcionado principalmente para os Estados Unidos.

Apostas tecnológicas para 2021

As três principais tecnologias que as fintechs dominam continuam sendo cloud (55%), data analytics (51%) e mobile (51%). Entre as mais visadas estão: Inteligência Artificial (45%), machine learning (36%) e data analytics (30%).

Além de possibilitar a personalização de produtos e serviços para uma grande massa de clientes, a IA é uma tecnologia essencial para ajudar as fintechs a gerenciar riscos, prevenir fraudes e combater a lavagem de dinheiro, com base no monitoramento e na análise dos dados de comportamentos dos clientes. Ela permite também a automação de processos para reduzir custos administrativos, a identificação precoce de novas demandas de mercado e o desenvolvimento de previsões sobre a curva de preço dos ativos para os gestores de investimentos.

Foto: Getty Images

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