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Rede ACV cria ações para ajudar empresas na aplicação dos ODS

Cada vez mais as organizações estão engajadas na implementação das metas da Agenda 2030, definidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a serem alcançadas pelos países nos próximos dez anos, incluindo o Brasil, que é signatário dessa agenda que estabelece 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas, fornecendo, assim, diretrizes para a promoção do crescimento sustentável e da cidadania, por meio também de iniciativas corporativas.

Comprometida em promover ações efetivas nesse sentido, a Rede Empresarial Brasileira de Avaliação de Ciclo de Vida (Rede ACV) criou um Grupo de Trabalho (GT) com o foco nos ODS.

17 ods definidos pela onu

Fundada em 2013, a Rede ACV tem o objetivo de disseminar e fomentar a aplicação de boas práticas de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV), técnica para mensurar os impactos ambientais gerados pela fabricação e utilização de determinado produto, sistema ou processo. A entidade reúne representantes de empresas, academia, sociedade civil e governo.

O novo GT ODS complementa as iniciativas já desenvolvidas pelos outros grupos de trabalho da Rede ACV – denominados Capacitação, Banco de Dados, Rotulagem, Economia Circular e Comunicação – para acelerar a adoção do pensamento de ciclo de vida na tomada de decisão das empresas e da sociedade como um todo.

“A proposta do GT ODS é apoiar as empresas associadas para que elas consigam orientar suas metas aos ODS. Queremos entender como a Rede ACV pode contribuir para a Agenda 2030 e de que forma o pensamento de ciclo de vida e a Avaliação de Ciclo de Vida, como metodologia, podem ajudar as organizações com  metas que são, de fato, relevantes”, explica a secretária executiva da Rede ACV, Sonia Karin Chapman.

Organizações comprometidas com os ODS

Os trabalhos do GT ODS começaram no primeiro semestre de 2020 com reuniões online e sob a coordenação do especialista em sustentabilidade da GS1 Brasil, Herbert Kanashiro. “Temos o principal desafio de implementar os ODS na estratégia de atuação da Rede ACV e, ao mesmo tempo, entender como a ACV (Avaliação de Ciclo de Vida) pode contribuir para o alcance dos ODS. Além disso, entendemos também que os Padrões GS1 e a expertise da GS1 em temas como rastreabilidade, podem contribuir nas iniciativas de ACV e para o alcance dos ODS”, explica Kanashiro. A GS1 Brasil faz parte da Rede ACV desde 2019.

sonia karin chapman da rede acv

Sonia Chapman, da Rede ACV – Foto: Divulgação

“Orientar as metas aos ODS considerando o ciclo de vida é algo transformador, porque a empresa passa a conhecer seus impactos de forma mais ampla e a se responsabilizar pelo o que acontece antes e depois da sua operação. E isso conversa muito bem com a questão da rastreabilidade da GS1”, afirma Sonia.

Também participam do GT ODS, representantes das seguintes empresas e organizações: ACV Brasil, ArcelorMittal Brasil, Braskem, Duratex, Elanco, EnCiclo, Embrapa, Fundação Vanzolini, Grupo Malwee, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), Raízen, Rede Brasil do Pacto Global, Sinctronics, Solvay e Votorantim Cimentos.

Maior integração entre ACV e ODS

Sonia conta que o GT ODS já possui três ações em andamento.

Workshop online

Em parceria com o Pacto Global, a Rede ACV promoverá um workshop para os associados entenderem, em detalhes, os ODS com base na metodologia SDG Compass, que é o instrumento mais utilizado para orientar as organizações na adoção da Agenda 2030.

Projeto-piloto

A Rede ACV e a Braskem vão promover um projeto-piloto da Life Cycle Initiative (LCI), que conectará as metas dos ODS da empresa com a orientação ao Ciclo de Vida.

A LCI é uma iniciativa da United Nations Environment Programme (UNEP), a agência da ONU para o meio ambiente, responsável por promover a conservação do meio ambiente e o uso eficiente de recursos no contexto do desenvolvimento sustentável.

Criada em 2002, a LCI tem como objetivo promover o pensamento de ciclo de vida na tomada de decisão, facilitando a troca de conhecimento entre especialistas de todo o mundo e contribuindo para sociedades mais sustentáveis.

Hot Spot Analysis do Brasil

A Rede ACV e o IBICT, órgão governamental ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), estão avaliando promover um amplo estudo para compreender os impactos materiais no País. “A ideia é conectar esses dados com as metas da Agenda 2030 que o Brasil assinou em 2015 para ver se as elas refletem avanços representativos nos impactos que são materiais, ou relevantes, do ponto de vista de ciclo de vida. Em razão disso, esse estudo tem potencial para influenciar políticas públicas”, comenta Sonia.

Ações durante a pandemia

Neste momento crítico da pandemia da Covid-19, a Rede ACV continuou seus trabalhos observando os protocolos de saúde, substituindo, por exemplo, os encontros presenciais por virtuais.

“Notamos que os profissionais têm participado mais das atividades da Rede ACV de forma remota, porque neste momento de pandemia faz todo o sentido (re)pensar nossos impactos no Ciclo de Vida, tanto no aspecto pessoal quanto empresarial, refletindo sobre a maneira como tomamos decisões de consumo, tendo maior consciência dos resíduos que geramos e do legado que queremos deixar”, afirma Sonia.

Outra novidade é que a Rede ACV está celebrou uma parceria estratégica internacional com a ACLCA, associação dos Estados Unidos que atua com Avaliação de Ciclo de Vida.

Já na área de comunicação, a Rede ACV anunciou o lançamento do seu website neste mês: www.redeacv.org.br. “O site é bilingue – português/inglês – para dar visibilidade às ações da Rede ACV, ajudando a promover a integração entre outros agentes que pensam o ciclo de vida aqui no Brasil e lá fora”, finaliza Sonia.

Foto de abertura: Getty Images

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