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Revolução do varejo pelas mulheres

O que era para ser um grupo de discussão despretensioso de mulheres que atuam no setor varejista via WhatsApp, em poucos dias, tornou-se tão falado que reuniu 200 participantes, a maior parte em posições de alta liderança no segmento.

Encabeçado pela fundadora da Connect Shopper e consultora de varejo e shopper marketing, Fátima Merlin, e pela diretora geral do Grupo Rondelli & Rondelli, Vanessa Sandrini, o grupo se consolidou em novembro de 2018 e ganhou um nome: Mulheres do Varejo (MdV).

Desde então, essas profissionais passaram a dar voz ainda mais ativa ao público feminino, construindo uma nova onda no setor varejista. “Juntas, queremos construir uma economia mais colaborativa, nos tornando agentes de uma transformação no varejo”, sintetiza Fátima Merlin. Em duas semanas, dez mulheres se candidataram para fazer parte do Comitê Executivo. Hoje considerando Facebook, LinkedIn e Instagram, o movimento já alcançou mais de 7 mil seguidores até setembro deste ano.

Atualmente, o MdV conta com 300 membros que têm um propósito claro: “Mais mulheres em cargos de liderança no varejo, para trazer equilíbrio ao mundo corporativo”. Com isso, o grupo é baseados em alguns pilares:

  • informação: geração de conteúdos, estudos, insights, pesquisas e tendências;
  • orientação: mentoria e coaching, desenvolvimento de ações sociais e atuação para apoio profissional no mercado de trabalho;
  • formação: criação de eventos, cursos, workshops, comitês e grupos de trabalho específicos;
  • conexão: promoção de ambiente para networking e relacionamentos profissionais/pessoais;
  • visibilidade: parcerias e participações em eventos, ações públicas e privadas que fortaleçam e promovam os objetivos do grupo.

Ações do grupo Mulheres do Varejo

Com tanta força, o grupo realizou o 1º Encontro Nacional de Mulheres do Varejo em dezembro de 2018, em São Paulo (SP), na sede da GS1 Brasil, com 150 convidados. Em março de 2019, promoveu o segundo encontro explorando mitos e verdades do universo feminino no mundo corporativo, para 240 participantes, na sede da APAS (Associação Paulista de Supermercados).

O próximo passo do MdV é lançar um livro com histórias de mulheres que participaram do desenvolvimento do varejo e que poderão inspirar outras gerações. A CEO da GS1 Brasil, Virginia Vaamonde, vai escrever um capítulo do livro contando um pouco sobre sua trajetória profissional, destacando os desafios e as conquistas.

Pesquisas apontam para principais desafios

O MdV também já faz estudos sobre o papel da mulher e liderança feminina, tecnologia, entre outros. “O objetivo é mapear a situação atual da presença feminina no varejo, a relação entre homens e mulheres, os desafios, as oportunidades e os ganhos reais das mulheres em cargos de liderança. Além disso, trazer à tona a discussão e a reflexão sobre diversidade e equidade”, sintetiza Fátima Merlim.

Entre os principais resultados dos levantamentos, o MdV constatou que:

  • 80% das mulheres dizem que o esforço para alcançar cargos de direção é alto;
  • 94% não estão satisfeitas com o tratamento dado ao papel da mulher no varejo;
  • 84% das mulheres e 79% dos homens afirmam que as profissionais sofrem preconceito no mundo corporativo quando engravidam.
  • Cerca de 70% das mulheres acreditam que têm mais dificuldades para se recolocar no mercado depois que se tornam mães, e 65% dos homens entrevistados concordam;
  • 64% afirmam que para alcançar os cargos mais altos da organização elas precisam desenvolver um estilo de liderança mais masculino.

Foto: Paulo Bareta

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