A metodologia Scrum traz a proposta de para realizar projetos complexos em menor tempo e usando menos recursos.
Fabiano Milani, do Centro Universitário FIAP. Foto: divulgação
“Neste conceito, trabalha-se com objetivos curtos e metas constantes, com pequenas entregas realizadas ao longo do tempo para atingir o objetivo final. Ou seja, a meta a ser obtida não muda. O que o Scrum ajuda é achar o melhor caminho a ser percorrido para chegar no objetivo fim”, disse em entrevista ao Portal de Notícias da GS1 Brasil o coordenador acadêmico do MBA em Business Agility & Agile Project Management do Centro Universitário FIAP, Fabiano Milano.
O professor do curso Agile Scrum Master na Fundação Vanzolini, Rodrigo Silva, acrescenta que o Scrum é um framework, uma abordagem de entrega de projetos e serviços, com o objetivo central na geração de valor através de pessoas.
Rodrigo Silva, da Fundação Vanzolini. Crédito: divulgação
“Jeff Sutherland, em conjunto com Ken Schwaber, criaram o Scrum em 1993, na Easel Corporation, com o intuito de mudar a forma como o desenvolvimento de software era gerenciado. Hoje, pode ser aplicado a qualquer tipo de projeto, desde entregas pequenas até aquelas com alto volume de esforço”, conta.
Milano acrescenta que, na época que o conceito foi criado, estes profissionais veteranos da área de TI tinham o desafio de desenvolver um projeto a ser entregue e mudaram a maneira como vinham realizando o trabalho por vários anos.
“Eles passaram a considerar curtos feedbacks para avaliar se o passo dado estava atingindo os objetivos. Caso contrário, recalculavam a rota”, pontua.
As vantagens são diversas. “Com ele, é possível fazer entregas por ciclos, ter foco no cliente e centrar em pessoas. Além disso, permite-se a geração antecipada de valor e atuar com formato de sprint, que prevê cada etapa do projeto”, enumera Silva, esclarecendo que o Scrum é uma abordagem ágil. “O Scrum se relaciona com demais abordagens como Lean, Kanban, etc”, complementa Silva.
Por ser um framework, o Scrum está centrado na geração de valor e ajuda pequenas empresas a focar naquilo que é estratégico.
“Costumo dizer que ele foca naquilo que é dor, necessidade e gera caixa para o dia seguinte. Além disso, ele apoia na sinergia entre as áreas, visto que unifica os times de entrega e negócio”, justifica o especialista da Fundação Vanzolini.
Os principais pilares do Scrum são:
“A transparência é o passo mais difícil, porque para alcançá-la muitos colaboradores têm receio de que sejam expostas falhas e se receba julgamentos ou críticas. Mas a ideia do Scrum é trazer a possibilidade de se ter um ambiente confortável para expor um problema, para depois fazer a inspeção do mesmo e a adaptação, que é melhoria do processo”, esclarece Milano.
Outro ponto positivo do conceito é que ele pode ser aplicável a qualquer empresa, independentemente do seu porte.
“Se você tem algo preditivo e plena certeza do que quer, esse tipo de metodologia não vai ajudar muito. A ideia é aplicá-la quando há incertezas e quando não existem requisitos de trabalho. Quando se trabalha com hipóteses e onde a chave é a priorização. A pandemia, inclusive, nos trouxe a preocupação de deixar de acreditar que tudo é previsível. Neste momento, a única certeza é de que as mudanças são necessárias para trazer soluções para as novas dores. E o Scrum traz a possibilidade de avaliar antes e com foco no valor agregado a ser gerado para o cliente”, analisa o especialista da Fiap.
Por fim, ele define alguns passos importantes para adotar essa abordagem na empresa. “O primeiro passo é explicar o conceito aos envolvidos e definir um projeto piloto, mostrando fatos e as dores da organização. Depois é importante elencar quais pessoas serão envolvidas e dar o conhecimento para elas se conscientizarem e, a partir daí, seguir com a execução prática, que tem o intuito de fazer a equipe trabalhar de maneira diferente”, conclui.
Foto: iStock
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