As pequenas empresas são uma força importante da economia nacional. O Brasil tem cerca de 17 milhões de micro e pequenas empresas, que respondem por aproximadamente 30% do Produto Interno Bruto (PIB). Porém, com a pandemia gerada pela Covid-19, o segmento é um dos mais vulneráveis à crise.
Para fortalecer a importância dos pequenos negócios, ajudando a preservar os empregos, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) tem lançado uma série de iniciativas. Uma delas é a campanha “Compre do Pequeno”, que além de alertar para a importância do isolamento social e dos cuidados com a saúde, mostra que é preciso priorizar o pequeno comércio na hora das compras. Isso ajuda a manter a população perto de casa e as micro e pequenas empresas a ficarem mais fortes.
A reportagem do Portal de Notícias GS1 Brasil conversou sobre esta iniciativa e outras frentes de trabalho com a especialista de competividade do Sebrae Nacional, Roberta Aviz. Acompanhe.
O que é o movimento Compre do Pequeno?
O Compre do Pequeno é um movimento do Sebrae criado para dar uma rede de apoio ao comércio local, para estimular a economia regional e as pequenas empresas neste momento tão difícil.
Este movimento foi criado em 2016 e, em outras ocasiões, fizemos esta campanha com o mote especial do Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa. Mas agora, nesta pandemia, a gente achou importante voltar com essa iniciativa para valorizar o pequeno negócio e os empreendedores, estimulando que as pessoas comprem do comércio local.
Quais são os benefícios de incentivar o consumo no comércio local?
Roberta Aviz, do Sebrae Nacional – Foto: Divulgação
Quando o consumidor compra no comércio do bairro, ele está, na verdade, apoiando o desenvolvimento de sua região. Isso faz com que o dinheiro circule dentro do próprio bairro e ajude a estabelecer um comércio mais justo, criando mais empregos e melhorando a distribuição de renda na região.
Contribui também para reduzir o deslocamento, seja do consumidor neste momento de isolamento ou do entregador, diminuindo a redução de emissão de gases poluentes e otimizando toda a logística. O produto chega mais rápido e o consumidor ajuda a melhorar o desenvolvimento do próprio local onde vive.
Como está a adesão a esta iniciativa?
Vemos um grande movimento para apoiar e valorizar o pequeno negócio. Aliás, temos uma multiplicidade de movimentos semelhantes acontecendo. O Sebrae lançou o Compre do Pequeno, mas há outras iniciativas. Um outro movimento que o Sebrae apoia, por exemplo, é o Compre do Bairro, lançado por CEOs de grandes empresas. O próprio Instagram possibilitou uma nova forma de postar, estimulando isso. São várias as hashtags nas redes sociais para apoiar os pequenos negócios. São movimentos que se complementam; eles têm nomes diferentes, mas todos vão na mesma direção. O Sebrae quer, justamente, que se crie essa grande rede para apoiar o pequeno negócio.
Uma das nossas frentes é trabalhar com parcerias até com grandes empresas para que elas vejam a importância dos pequenos que estão em sua cadeia.
Quais são as oportunidades para os pequenos negócios na pandemia?
Vemos que este é um momento muito complexo para o pequeno comércio, que precisa se adaptar. Uma primeira questão imediata que os pequenos devem olhar são as finanças. O Sebrae tem uma frente muito grande e primordial nesse sentido, desde dar a orientação correta, ter um local onde o pequeno negócio possa pesquisar o que há disponível para ele, orientar sobre as linhas de crédito disponíveis, como organizar o caixa, como pegar o auxílio emergencial. Não são responsabilidades do Sebrae, mas estamos apoiando as empresas para que entrem no nosso portal e encontrem as informações que precisam para seguir.
A segunda frente muito importante é: mercado. Como o pequeno acessa o mercado de uma forma diferente do que ele já vinha fazendo com o ponto de venda, muitas vezes, fechado? Então entra a questão do digital, como o pequeno se insere nesse novo mercado. O Sebrae também está com várias iniciativas para ajudar o empreendedor a entrar neste mundo digital. Hoje só 5% do comércio no País é feito de forma online, então tem muito espaço para crescer.
Estamos fazendo uma série de lives sobre o comércio online com representantes de grandes marketplaces e vemos que muitas pessoas que nunca tinham comprado no e-commerce passaram a comprar nesta pandemia. Isso significa uma grande oportunidade para o pequeno comércio, que pode investir no delivery ou num posicionamento melhor nas redes sociais para conseguir vender, por exemplo. O pequeno negócio tem de se reinventar.
Que mensagem o Sebrae deixa para o pequeno comerciante neste momento?
A mensagem principal do Sebrae é que o empreendedor não está sozinho. Nós estamos com ele para apoiá-lo em uma verdadeira força-tarefa virtual para criar soluções e oportunidades para que o empreendedor consiga lidar com os desafios deste momento.
A página do Sebrae na internet tem uma parte especial para este momento do coronavírus com muito conteúdo, informação e cursos online gratuitos. Fizemos, inclusive, uma parceria com a GS1 Brasil para produzir alguns conteúdos. Qualquer dúvida, o empreendedor pode entrar no portal sebrae.com.br ou ligar para o 0800 570 0800.
Foto: Getty Images
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