No início do ano, o Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR) estimava um crescimento da ordem de 3% a 3,5% em relação a 2019. Mas, com a crise da Covid-19, a projeção para 2020 mudou, agora com uma queda de 10% no varejo, na comparação com o ano anterior.
Para o economista e presidente do IBEVAR, Claudio Felisoni, o que era para ser um ano de recuperação do varejo, mesmo que de forma tímida e gradual, deu lugar a uma retração significativa nas vendas, principalmente de produtos não-essenciais.
“O brasileiro se encontra em um momento de incerteza e é normal que opte por restringir o orçamento mensal apenas a itens essenciais, como alimentos e medicamentos. Estes dois setores são os únicos que apresentam avanço nestes últimos meses”, observa o especialista.
Segundo Felisoni, no início do ano, o aumento de categorias como móveis, eletrodomésticos e automóveis seria o principal indício de uma retomada do consumo. “Até fevereiro, as projeções indicavam uma recuperação considerável do varejo e um interesse maior na compra de bens duráveis por parte dos brasileiros. Mas a crise sanitária e econômica que enfrentamos agora mudou o rumo desta retomada e não podemos esperar uma superação em menos de um ano, com bastante otimismo”, avalia.
Nem mesmo as datas sazonais foram o suficiente para mudar este cenário. No Dia das Mães, por exemplo, o consumo costuma registrar, dependendo das categorias, um aumento de 40% da média anual. Somado aos demais períodos de maio, o índice foi de -22,11% nas vendas, em relação ao mesmo mês de 2019.
Em meio a essa queda brusca no desempenho do varejo, o comércio eletrônico deu um fôlego nas vendas e ajudou muitos brasileiros em quarentena. “Foi uma solução encontrada pelos consumidores para realizar suas compras, até mesmo de itens essenciais, mas, mesmo com números significativos, o comércio eletrônico não deve reverter a retração de 10% no varejo ampliado este ano”, finaliza Felisoni.
Foto: Getty Images
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